Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.
Os dias felizes da Juventude!
Naquela fria e pobre aldeia serrana,
A vida seguia simples e apaixonada,
Trabalhava-se de sol a sol à semana,
Não havia hábitos de vida mundana,
E toda a gente era bem comportada.
Os prazeres da juventude eram bons,
Todos herdados de seus antepassados,
Jogos e cantos chupando os bombons,
Outras vezes mostravam os seus dons,
Fazendo récitas muito entusiasmados.
Em grupo seguiam os longos caminhos,
Dando voltas pelo campo e pela serra,
Seu encanto era andar a ver os ninhos,
Ouvir os lindos cantos dos passarinhos,
Até o tocar das trindades na sua terra.
Tanto encanto tinha essa gente miúda,
Que vivia feliz, sempre na brincadeira,
Ajudavam as tarefas da gente graúda,
Mal conheciam o viver em crise aguda,
Na sua aldeia havia a paz verdadeira.
Hoje a juventude tem mais distracções,
A Net, os telemóveis e os computadores,
Mas surgiram as grandes preocupações,
A falta de emprego cria muitas aflições,
Mesmo que sejam hoje novos doutores.
Torres Novas, 04/04/2016