sexta-feira, 20 de maio de 2016

FADO ORIGINAL


























Relicário de Poesia
Autor: Manuel Mar.

Fado Original!

Canto um fado original,
Que acabei de escrever,
Mesmo dentro do curral,
A ensinar um burro a ler.

Um burro tão inteligente,
Que aprende tudo a correr,
É melhor que muita gente,
Que nunca aprendeu a ler.

Por isso eu vivo contente,
Sinto alegria podem crer,
É um burro tão consciente,
Que lê tudo como deve ser.

Ele já tinha ido p’rá escola,
Ninguém o quis lá ensinar,
Agora já lê e até já chora,
Qualquer dia há-de cantar.

Se acham que não pode ser,
Venham comigo ao curral,
Ele ainda não sabe escrever,
Mas a ler é mesmo especial.

Lê tudo e guarda segredo,
É um político filho da mãe,
Dá coices que metem medo,
É como os políticos também.

Torres Novas, 18/05/2016
Foto: Net

SAUDADES DO PASSADO















Relicário de Poesia
Autor: Manuel Mar.

Saudades do Passado!

Ao atingirmos a idade provecta,
Surgem as saudades do passado,
Pelo grande caminho já andado,
Sempre a galgar como um atleta.

A boa recordação da mocidade,
E dos dias em que fomos felizes,
Contrastam já com as cicatrizes,
Ganhas em dias da actualidade.

Já sentimos os anos tão pesados,
Que nos fazem cuidar da saúde,
E esquecer grandes desenganos.

A vida agora obriga a cuidados,
Mas também tem a sua virtude,
De viver na saudade desse anos.

Torres Novas, 20/05/2016
Foto: Net

A INFIDELIDADE






















Relicário de Poesia
Autor: Manuel Mar.

A Infidelidade!

A infidelidade é tão irreconciliável,
Que as querelas enchem o tribunal,
Em que o acordo é tão insuperável,
Que decorre processo interminável,
Em que o viver é muito cruel e real.

Por mais que se sejam presenteiros,
E sejam até socialmente confiáveis,
São os interesses dos seus parceiros,
E que nem sempre são verdadeiros,
Que às vezes se tornam revogáveis.

Nas desavenças entre alguns casais,
São tantos os desgostos na sua vida,
Porque o desamor causa lutas fatais,
Motivados por actos às vezes banais,
Em que toda a vida está envolvida.

São os resultados dos estilos de vida,
De gente que parece independente,
Não quer mais viver comprometida,
Quebrando as juras feitas à partida,
De amar e para durar eternamente.

Ao descobrirem um novo sentimento,
Querem quebrar essa aliança vivida,
Para encerrar o anterior casamento,
Por vezes nem pensam um momento,
Mas querem a sua aliança dissolvida.

Torres Novas, 20/05/2016

 Foto: Net

COISAS E LOISAS





















Relicário de Poesia
Autor: Manuel Mar.

Coisas e Loisas!

Este mundo anda cheio de loucuras
De presumíveis intelectuais baratos,
Que entram em rixas com desacatos,
Mais parecem desumanas criaturas.

Há pseudo-elites que são tão parolas,
E cheias de pretensões e de vaidades,
Confundem parvoíces com verdades,
Enquanto vive gente a pedir esmolas.

Eles querem viver bem sem ter meios,
E são uns políticos mas de meia tijela,
Só querem viver melhor que os outros.

Mas agora já vivo com muitos receios,
De que irá faltar a comida na panela,
Num país que já se desfaz aos poucos.

Torres Novas, 20/05/2016

Foto: Net

MOCIDADE ÉS TÃO LINDA





























Relicário de Poesia
Autor: Manuel Mar.

Mocidade és  tão Linda!

Estudei durante a minha mocidade,
E lembro-me das doenças que sofri,
Que foram uma grande calamidade,
Mas, na realidade a tudo sobrevivi.

A esperança foi minha companheira,
Durante toda essa querida mocidade,
Que passei duma forma aventureira,
Deixei a aldeia e fui viver na cidade.

Mesmo assim foi linda essa mocidade,
Recebendo lições de bons professores,
E falando com todos os meus amores.

Hoje relembro e com muita saudade,
Até mesmo de meus maus dissabores,
Mocidade! És tão linda como as flores!

Torres Novas, 20/05/2016

Foto: Net