Relicário de Manuel Mar.
A faina do Mar!
Enfrentando o mar bravo e revolto,
O marinheiro dirigia a sua caravela,
E rumo ao mar deixava o seu porto,
Com saudades sentia-se meio morto,
Por se separar da querida tão bela.
A caravela apanhou mar agitado,
Mas o timoneiro sabia o que fazia,
Com o cabrestante bem amarrado,
E o pano das velas muito esticado,
A caravela em cima do mar bulia.
Ficou ajoelhada na areia da praia,
E cheia de saudades a sua mulher,
Que fustigada pelo Sol lá desmaia,
Levantando-lhe o vento a sua saia,
Mostrando as pernas tinha que ser.
No alto mar anda lá o seu sustento,
O vento sereno ajuda bem a pescar,
O marinheiro com todo o seu talento,
Reduz suas velas onde sopra o vento,
Para a faina da pesca logo se iniciar.
As vagas sussurrando muito baixinho,
Ajudam a encher o barco de pescado,
Tratando o peixe com muito carinho,
Assim que cheio se mete ao caminho,
Vê seu amor na praia ainda deitado.
Manuel Mar.
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Torres Novas,20/06/2016
Foto: Net