sábado, 9 de abril de 2016

VIAGEM NO TEMPO INFINITO



















  • Relicário da Nostalgia
  • Autor: Manuel Mar.
  •  
  • Viagem no Tempo Infinito!
  •  
  • Desci a rua da esperança,
  • Procurando o meu rumo,
  • Seguia a passo ligeiro,
  • A viver uma doce ilusão,
  • Sentindo aflito o coração,
  • E passado um tempo breve,
  • Tive fome e senti sede,
  • Parei para comer e beber,
  • Depois cabei por adormecer,
  • A sonhar que andava
  • Perdido no mundo.
  •  
  • Mais tarde ao acordar,
  • Fiquei parado no tempo,
  • Como marinheiro naufragado,
  • Num mar agitado e cruel,
  • Senti-me mal e transtornado,
  • Sem atinar com o destino.
  •  
  • Eu queria encontrar o paraíso,
  • Que foi perdido por Adão e Eva,
  • Nem que para tal fosse preciso,
  • Calcorrear este mundo inteiro,
  • Tão malfadado e traiçoeiro,
  • Que a nossa vida hostiliza.
  •  
  • Acabei por ir pedir ajuda
  • A uma velha cartomante,
  • Que me mandou ter juízo,
  • Porque nem que fosse rico,
  • Para chegar ao paraíso,
  • Seria preciso primeiro
  • Derrotar o diabo imundo.
  •  
  • A vida é uma viagem insegura,
  • O tempo só acaba com a morte,
  • Quando chegar a hora vera.
  • Mas poderemos viver felizes,
  • Doando muito amor e ternura,
  • Para usufruir o paraíso na terra.
  •  
  • Torres Novas, 9/04/2016

quinta-feira, 7 de abril de 2016

ON DESPEDIMENTO SALVAGEM

















Relicário da Nostalgia
Autor: Manuel Mar.

O Despedimento Selvagem!

É vital na Nação haver fraternidade,
Porém, sentimos que os governantes,
Procedem da forma como era dantes,
Havendo injustiça e alguma maldade.

Vivemos à sombra do esquecimento,
Suportando até uma falsa realidade,
O dinheiro é a fonte dessa crueldade,
O governo divide sem discernimento.

Máquinas substituem trabalhadores,
Estamos agora perante a automação,
E os lucros ficam todos para o patrão,
Porém despede os seus colaboradores.

Hoje toda a máquina deveria pagar
Imposto pelo trabalhador suprimido,
Andam a alegar que não faz sentido,
Mas com isso só se andam a governar.

O que não poderá fazer bom sentido,
É viver privado do direito ao seu pão,
Quando neste país vive tanto figurão,
À custa do desgraçado mal despedido.


Torres Novas, 24/07/2015

quarta-feira, 6 de abril de 2016

O ORGASMO DA POESIA



















Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.
O Orgasmo da Poesia!

De sentimento e palavras se faz o verso,
Que se conjuga entre a métrica e a rima,
Da inspiração nasce toda a obra-prima,
Que cada alma contém no seu universo.

O verso contém apenas beleza e amor,
Como cada erecção faz ter um orgasmo,
O corpo vibra originando cada espasmo,
A alma geme subindo ao céu em louvor.

A poesia é o orgasmo de palavras belas,
Que nascem da vibração de cada poeta,
Que escreve como a sua musa o inspira.

É um ser livre que não suporta as trelas,
É um deus manso, brincalhão e pateta,
É um menino mimado que só faz birra.


Torres Novas, 6/04/2016

segunda-feira, 4 de abril de 2016

OS DIAS FELIZES DA JUVENTUDE

















Relicário dos Prazeres

Autor: Manuel Mar.
Os dias felizes da Juventude!

Naquela fria e pobre aldeia serrana,
A vida seguia simples e apaixonada,
Trabalhava-se de sol a sol à semana,
Não havia hábitos de vida mundana,
E toda a gente era bem comportada.

Os prazeres da juventude eram bons,
Todos herdados de seus antepassados,
 Jogos e cantos chupando os bombons,
 Outras vezes mostravam os seus dons,
 Fazendo récitas muito entusiasmados.

 Em grupo seguiam os longos caminhos,
 Dando voltas pelo campo e pela serra,
 Seu encanto era andar a ver os ninhos,
 Ouvir os lindos cantos dos passarinhos,
 Até o tocar das trindades na sua terra.

 Tanto encanto tinha essa gente miúda,
 Que vivia feliz, sempre na brincadeira,
 Ajudavam as tarefas da gente graúda,
 Mal conheciam o viver em crise aguda,
 Na sua aldeia havia a paz verdadeira.

 Hoje a juventude tem mais distracções,
 A Net, os telemóveis e os computadores,
 Mas surgiram as grandes preocupações,
 A falta de emprego cria muitas aflições,
 Mesmo que sejam hoje novos doutores.

 Torres Novas, 04/04/2016


domingo, 3 de abril de 2016

DESGARRADA PORTUGUESA - FADO














Relicário Fadista
Autor: Manuel Mar.

Desgarrada Portuguesa!
Homem:
Bebi água na fonte sagrada,
Matei a minha sede de te ver, Bis
Mas fiquei triste sem te lá ter,
Pois só tu és a minha amada. Bis

Mulher:
Não fales dizendo mentiras,
Porque eu sei quem tu és, Bis
Aproveitas todas as marés,
Para dizeres palavras giras. Bis

Homem:
Todo o amor que sinto por ti,
Vive em todo o meu coração, Bis
Tu és a minha grande paixão,
Desde a hora que te conheci. Bis

Mulher:
Não posso acreditar nada em ti,
Porque dizes o mesmo a todas, Bis
As tuas palavras são bem tolas,
Não quero lembrar o que sofri. Bis

Homem:
Não casarei com mais ninguém,
Sempre te falei com a verdade, Bis
Eu juro com grande sinceridade,
Tu és a mulher que me convém. Bis

Mulher:
Então pede-me em casamento,
E arranja casa onde se morar, Bis
Não te quero ver mais chorar,
Agora aceito o teu juramento.

Homem:
Obrigado minha boa amada,
De mim tudo tu podes contar, Bis
Porque contigo me quero casar,
Tu és a minha paixão sagrada. Bis

Torres Novas, 3/04/2016

BALANÇO DA VIDA



















Relicário da Nostalgia
Autor: Manuel Mar.

O Balanço da Vida!

Há quem as suas contas não faça,
E julgue que a vida é brincadeira,
Mas quando se acha na desgraça,
E sentindo toda a fome que passa,
Tem de pensar de outra maneira.

É necessário fazer as contas à vida,
Para o encerramento do balanço,
Fazendo orçamentos com medida,
Para termos noção logo à partida,
E evitar de no fim haver falhanço.

O ser humano aspira a felicidade,
Que constrói com a sua esperança,
Passo a passo e desde a mocidade,
Luta pela paz e pela fraternidade,
Neste mundo sempre em mudança.

Mas para quem vive mal e falido,
Sentindo há muitos anos a miséria,
Só pode é sentir-se mal e perdido,
Todas as palavras perdem sentido,
A sua desgraça é triste e tão séria.

O maior mal é sempre o terrorismo,
Que estropia o e mata os inocentes,
Há muita maldade à face da terra,
Tanto terror sobre o mundo impera,
Invocando as crenças omnipotentes.


 Torres Novas,3/04/2016

sábado, 2 de abril de 2016

O MEU DOCE NINHO



Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.

O Meu Doce Ninho!

São quatro paredes marcadas,
Onde cheira bem a rosmaninho,
Feitas só com pedras rejeitadas,
Que formam o meu lindo ninho.

Nasceu ali à beira do caminho,
Juncada das mais belas flores,
Onde moram os nossos amores,
Criados com paixão e carinho.

Não mora ali grande riqueza,
A casa é pequena e modesta,
Mas vivemos sempre em festa,
Felizes com a nossa pobreza.

Ao meu amor ofereço as flores,
Que colho nessa bela natureza,
Cheias de encanto e de beleza,
O maior regalo para os amores.

Crescem os filhos com alegria,
Colhendo das árvores os frutos,
São muito lindos os nosso putos,
Cheios só de encanto e magia.

Não vendo essa minha casinha,
Por todo o dinheiro do mundo,
Vale mais um amor profundo,
Que a riqueza desgraçadinha.

Devo o que tenho ao meu Deus,
Que me deu a coragem e a vida,
A minha casa foi-me prometida,
É meu abrigo e de todos os meus.


Torres Novas, 2/04/2016

sexta-feira, 1 de abril de 2016

FÉRIAS DE VERÃO


























Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.

As Férias de Verão!

Com o fim de um ano de estudo,
Na miragem das férias de Verão,
Acabam os horários, muda tudo,
O estudante consegue o canudo,
E goza as férias com satisfação.

Férias são descanso e boa-vida,
Quer na praia ou qualquer lado,
É a recompensa e bem merecida,
De quem se esforçou sem medida,
Por conseguir futuro assegurado.

Na hora de receber seu diploma,
A sua felicidade é extravagante,
Coloca-o numa vetusta redoma,
Donde exala o magnifico aroma,
Glória da sua vida de estudante.

Mas férias passam num instante,
E surgem as novas preocupações,
Acabou de ser um bom estudante,
Dessa vida de cavaleiro andante,
Vai ter apenas boas recordações.

Agora que trabalho vai procurar,
Nada sabe da sorte que o espera,
O trabalho é difícil de se arranjar,
Toda a gente só aspira trabalhar,
E se não consegue logo desespera.

Existindo tanta falta de trabalho,
Ninguém sabe o que será o futuro,
Se lhe faltar dinheiro para o talho,
Fica só feito num pobre frangalho,
Viver neste mundo é triste e duro.

Mas quem gozou férias de Verão,
Manterá na sua vida a esperança,
Não alimentando nenhuma ilusão,
Viverá sempre com grande paixão,
O mundo é composto de mudança.


Torres Novas,1/04/2016

terça-feira, 29 de março de 2016

SAUDADES IRREVOGÁVEIS







































Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.

SAUDADES IRREVOGÁVAIS!

A vida simples da minha aldeia,
Era bela e boa para a juventude,
Nem sempre havia o pé-de-meia,
Ceava-se à terna luz da candeia,
Mas a gente era boa e de virtude.

A minha avó era o meu encanto,
E eu ao seu colo sempre andava,
Vivia-se lá num ambiente santo,
E protegido pelo seu bom manto,
Ao seu lado a dormir me deitava.

Mas quando entrei para a escola,
Minha avó já era muito velhinha,
Minha mãe deu-me nova sacola,
Onde levava os livros e a pistola,
Como tudo o mais que eu tinha.

A professora era a minha prima,
Que me ensinava e com carinho,
Aprendi a ler os versos com rima,
E às pessoas ter só amor e estima,
Ajudando todos no seu caminho.

O ser humano aspira a felicidade,
Que assegura com sua esperança,
Passo a passo desde a mocidade,
Luta pela paz e pela fraternidade
Num mundo sempre de mudança.

Enfrentando os perigos e traições,
O mundo cheio de desigualdades,
De terrores e as suas contradições,
Vivem sofrendo grandes multidões,
Vítimas inocentes das crueldades.


 Torres Novas,29/03/2016

sexta-feira, 25 de março de 2016

QUADRAS À SOLTA























Relicário dos Saberes
Autor: Manuel Mar.

Quadras à Solta!

Faço vénia a toda a boa gente,
Que quando me vê me faz festa,
Desprezo a gente impertinente,
Que além do mais nunca presta.

Quem ao saudar se faz rogado,
Sem mesmo mostrar bom gesto,
Logo me volto para outro lado,
Porque nessa gente não investo.

Se me fazem mal não respondo,
Porque é de oiro o bom silêncio,
O mal faz sempre seu estrondo,
Que evita fazer mais dispêndio.

Se mostras estar interessado,
Fazes logo subir mais o preço,
Mas se esse bem foi herdado,
Comprarás a menos do terço.

Não respondas à ignorância,
Com frases de grande saber,
Para manter a tua distância,
Porque acabas mais a perder.

É sempre contra o bom desejo,
Que se dá prejuízo a alguém,
À criança ferida dá teu beijo,
Não contes nada a ninguém.


Torres Novas, 25/03/2016

quinta-feira, 24 de março de 2016

COMO SE FAZ UM POETA




















Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.

Como se faz um poeta!

Poeta não nasce ensinado,
Mas vai de tudo aprender,
Decorado ou bem copiado,
O seu sentido é estimulado,
Quando começa a escrever.

Soam-lhe bem certas rimas,
Que as começa por decorar,
E faz versos para as primas,
Durante todas as vindimas,
Não para jamais de cantar.

Bem lindos são os seus versos,
Que já todos os querem ouvir,
Cedo nascem alguns sucessos,
Por entre os temas dispersos,
Que a todos fazem se divertir.

E com um tanto de ousadia,
Usa os seus reais sentimentos,
Dorme a noite com fantasia,
Mas só ao nascer do seu dia,
Recorda deslumbramentos.

No papel deixa as palavras,
Que foram bem escolhidas,
Entre rainhas e as escravas,
Rosas meigas e rosas bravas,
O poeta exalta nossas vidas.


Torres Novas, 24/03/2016

O CULTO SATÂNICO


















RELICÁRIO DA NOSNALGIA
Autor: Manuel Mar.

O Culto Satânico!

Na base do insano terrorismo,
Estão espíritos desumanizados,
Que vivem plenos de sadismo,
Totalmente no mal obcecados,
Por viverem à beira do abismo,
Planeando horrorosos pecados,
Com o mais pérfido idealismo.

Como pode um tal ser humano,
Matar-se no meio de inocentes,
Causando a morte dor e dano,
Sendo seres cegos inconscientes,
São espíritos de demónio tirano,
Que se julgam os omnipotentes,
 Vivendo o seu ódio desumano.

É muito difícil de compreender,
A razão de base do terrorismo,
Ao matar e ao causar padecer,
Não é só o ódio ao cristianismo,
Mas fazer o mal lhes dá prazer,
Numa orgia do maior cinismo,
No final tudo acaba ao morrer.

Não respeitar a vida é heresia,
Para qualquer nobre religião,
Mas hoje reina mais hipocrisia,
Há ainda uma clara escravidão,
Com as guerras o mundo asfixia,
Cheio de ódio e enorme solidão,
Padecendo triste e fatal agonia.

Torres Novas, 24/03/2016


quarta-feira, 23 de março de 2016

CHEGOU A PRIMAVERA



















Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.

Chegou a Primavera!

Já findou mais um Inverno rigoroso,
Que hibernou silenciosa a natureza,
Mas ela desperta já com sua beleza,
Porque o sol é agora mais caloroso.

Desabrocham flores pelos caminhos,
Aves chilreiam nos lindos arvoredos,
Os namorados revivem os segredos,
Dos seus amores e dos seus carinhos.

A Primavera mostra a sua nobreza,
Cheia de cores belas e mais encanto,
Que enche todas as almas de alegria.

O campo fica cheio de muita riqueza,
Mostrando o seu novo e verde manto,
Que nos visita pleno de muita magia.


Torres Novas, 23/03/2016

domingo, 20 de março de 2016

SER PAI




















Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.
Ser Pai!
Ser pai é uma tarefa nobre,
De amparo para seus filhos,
Nas horas boas e nos sarilhos,
Quer seja rico ou seja pobre.

Ser pai é dar amor e carinho,
Alimento e muita protecção,
Ser pai é doar todo o coração,
E procurar o melhor caminho.

Ser pai é dar protecção segura,
Aos filhos que a vida ofereceu,
Nas alegrias como nas tristezas.

Velando os filhos com ternura,
Deixa-lhes tudo o que foi seu,
Os filhos são as suas riquezas.


Torres Novas, 20/03/2016