sábado, 7 de maio de 2016

CRISE SENTIMENTAL


















O Meu Relicário
Autor: Manuel Mar.

Crise Sentimental!

Acordei bastante ensonado,
No rescaldo dum sonho feliz,
Relembrando cenas antigas,
De dias de amor e tentação,
Em que a alma e o coração,
Vibram de boas palpitações.

Lembranças de más intrigas,
De tantas outras recordações,
E só por causa das raparigas,
Que comigo diziam namorar,
Para das outras me afastar,
Eram essas as suas intenções.

Se acaso eu fosse mais bonito,
Eu sentiria que havia razão,
Mas ainda andava de calção,
E já elas me batiam à porta,
Minha mãe tanto reparava,
O que até me amedrontava.

Ela não era de brincadeiras,
E temia que fizesse asneiras,
Que passava os dias a ralhar,
A dizer que eu era tão novo,
E que eu só poderia namorar,
Depois de ir à tropa e voltar.

Torres Novas, 7/05/2016

Foto: Net

TRAIÇÃO

























O Meu Relicário
Autor: Manuel Mar.

Traição!

Nas palavras que tanto escrevo,
Há sempre o sinal de amargura,
De quem se sente nesse degredo,
De viver na tristeza em segredo,
Tão imensa ausência de ternura.

Tenho um sorriso bem disfarçado,
Que mostro a quem fala comigo,
Pode parecer que estou amuado,
Mas são recordações do passado,
Que quero olvidar e não consigo.

Depois de viver um grande amor,
Tudo na minha vida se fracassou,
Gerando amargura e imensa dor,
Horas passadas que foram horror,
Tudo porque ela me abandonou.

A fatal traição que me envolveu,
Nem sequer imagina-la eu podia,
Um caso tão estranho aconteceu,
Mas na carta que ela me escreveu
Era rompimento o que ela queria.

O pior foi ela ter os filhos levado,
Que andei tantos dias a procurar,
Perguntei por eles em todo o lado,
Sentindo-me traído e tão cansado,
Chorei até ao sentir os olhos secar.

Torres Novas, 7/05/2016

Foto: Net

quinta-feira, 5 de maio de 2016

OLHAR DE TERNURA


























Relicário
Autor: Manuel Mar.

Olhar de ternura!

O teu doce olhar,
Irradia chispas de luz,
Que cegam totalmente,
São raios inocentes,
Com doçura do mel,
De olhos crentes,
De alma pura,
Que irradia ternura.
Pelo teu olhar
Eu me apaixonei,
Mas confesso que não sei
A cor de tão lindos olhos,
Foi a sua grande beleza,
Que por certo me cegou,
Pareciam multicolores,
Perfeitos amores.
Senti que os teus olhos
Eram suplicantes
De amor e de paixão,
O que eu acredito,
Mas se foi minha ilusão,
Aqui peço perdão.
Gostaria de ser dono
Do teu doce olhar,
Que não merece abandono,
E não me posso contentar,
Por apenas o poder ver,
Porque podes crer
Que te quero a valer,
Não me deixes a sofrer
Sem o teu doce olhar.

Torres Novas, 5/05/2016

Foto: Net

O DIA DA ESPIGA





















Relicário
Autor: Manuel Mar.

No Dia da Espiga!

Não me importo que queiras
Sair comigo ao campo colher
O ramo de flores verdadeiras
Que a natureza nos oferecer.

É quinta-feira da ascensão,
Mas toma cuidado no trigo,
Escuta aquilo que eu te digo,
Estragar o trigo é perder pão.

Mas dá-me a tua linda mão,
E dança comigo na romaria,
O que só faz bem ao coração,
E nos dá uma grande alegria.


Torres Novas, 5/05/20156

AS ESQUINAS DA VIDA





















Relicário
Autor: Manuel Mar.

As Esquinas da Vida!

Ninguém sabe o que irá acontecer
Quando dobrar qualquer esquina,
O desconhecido ninguém imagina,
Muita surpresa pode até aparecer.

Também quem joga numa lotaria,
Julga que alguma vez terá a sorte.
Garantida só temos a nossa morte,
Mas ninguém sabe qual será o dia.

Quando nos acercamos da esquina,
Na nossa alma nasce grande receio,
A enfrentar desagradável surpresa.

Só a grande e boa esperança anima
Quem a este magnífico mundo veio,
Porque a vida é sempre a incerteza.

Torres Novas, 5/05/2016

Foto: Net

UMA CLARA MADRUGADA





















Relicário
Autor: Manuel Mar.

Uma Clara Madrugada!

Acordei e espreitei à janela,
E vi uma clara madrugada,
O céu tinha cor bem singela,
Azul claro, que cor tão bela,
Beleza que me maravilhava.

Permaneci por um momento,
A contemplar o tão lindo céu,
Senti um bom encantamento,
Que me criou um sentimento,
De ficar envolto pelo seu véu.

E ali fiquei até o sol romper
Iluminando todo o horizonte,
Senti vontade de agradecer,
E senti uma lágrima a correr,
Descendo pela minha fronte.

Foram instantes bem felizes,
Que me deram muito prazer,
Teve as estrelas com actrizes,
E que quando somos petizes,
Ficamos maravilhados a ver.

Torres Novas, 5/05/2016

Foto: Net

quarta-feira, 4 de maio de 2016

A BELA NATUREZA





















O Meu Relicário
Autor: Manuel Mar.

A BELA NATUREZA!

Bem cheirosa e colorida é a natureza,
Que por vezes mostra ares de vaidosa,
O que provem da sua colossal beleza,
A magnitude de uma flor cor-de-rosa,
A sua alma encerra encanto e pureza,
Porventura da jóia mais maravilhosa.

Encontra o seu apogeu na Primavera,
Onde se mostra atraente e caprichosa,
Finda a invernia muito hostil e severa,
Reaparece sempre altiva e tão vistosa,
Mas nunca é castigadora nem austera,
Pelo contrário é mãe amiga e bondosa.

Os campos produzem os bons produtos,
Que nos dão a saúde e toda a riqueza,
Ela é a senhora de poderosos atributos,
Mas põe de lado os ciúmes e a avareza,
Oferecendo-nos os seus melhores frutos,
Porque é soberana e tem forte realeza.

Na Primavera as aves fazem os ninhos,
A mostrarem a todos os seres humanos,
Como trabalham repletas de carinhos,
Repetindo ou renovando todos os anos,
Onde nascem e criam os seus filhinhos,
E defendem do inimigo que faz danos.

Ela é sempre uma mãe boa protectora,
Alimenta todos os seres do nosso mundo,
A sua matriz contem raiz conservadora,
Que nos consagra o seu amor profundo,
E que cumpre sempre e na devida hora,
Que não falha nem sequer um segundo.

Torres Novas, 4/05/2016

Foto: Net

terça-feira, 3 de maio de 2016

AVISO URGENTE

















Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.

Aviso Urgente!

Saibam que onde viemos nascer,
É o mundo de cobiça e ganância,
E é belo durante a nossa infância,
Se alguém nos acolher e proteger.

Neste mundo onde vamos morrer,
A política domina tudo sem parar,
A avidez de quem quer comandar,
Não se rala de quem tem padecer.

Nas mãos das ideologias políticas,
Só somos uma máquina produtiva,
Enquanto podermos trabalhar.

Quero já avisar as massas críticas,
Que não temos outra alternativa,
Precisamos de o poder conquistar.


Torres Novas, 3/05/2016

domingo, 1 de maio de 2016

AS COMADRES E OS COMPADRES














Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.

As Comadres e os Compadres!

Ninguém sabe quando começou,
A tradição secular das comadres,
Bem como a dos seus compadres,
O certo é que até hoje ela vingou.

Celebrava-se antes do Carnaval,
Em duas semanas e consecutivas,
Essas quinta-feira seriam cativas,
Para a cerimónia muito especial.

A primeira era para as comadres
Se reuniram com todos os amigos,
E com os ritos todos muito antigos,
Elas escolhiam os seus compadres.

Cada compadre seria o padrinho,
Do próximo filho da sua comadre,
O baptizado celebrado pelo padre,
Seguido de boda com muito vinho.

A segunda era para os compadres,
Que procediam de igual maneira,
Escolhiam a comadre verdadeira,
E todos passavam a ter comadres.

Nas reuniões faziam petiscos bons,
Com muitos bolos, doces e bebidas,
Em noites sempre muito divertidas,
Com danças, cantares e belos sons.

Torres Novas, 1/05/2016

A VIDA DE HOMEM

















Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.

A vida de homem!

Complexa é a vida de um homem,
Que ama a vida e sabe o que quer,
Só pensa naqueles que não comem,
E nas guerras que tudo consomem,
Que ambiciona casar e ter mulher.

Enfrenta dificuldades na sua vida,
Sem pânico e sem medo de vencer,
E não quer nenhuma luta perdida,
Nunca se sente vencido à partida,
Lutando toda a vida e até morrer.

Trabalha com amor à sua profissão,
Procurando ser sempre competente,
Para merecer a melhor retribuição,
Empenha-se com esforço e devoção,
Para ser sempre honesto e eficiente.

Não quer rixas nem sequer querelas,
Vive com calma muito serenamente,
Foge do vício, não cai em esparrelas,
Mas gosta de contemplar as estrelas,
Sendo prudente e mais complacente.

Mas não há regra sem ter excepção,
Quando se mete nos copos à noite,
Por vezes surge a grande confusão,
Todos falam e querem ter a razão,
O que dá azo para surgir o açoite.

O homem cria sempre as amizades,
Com gente boa e outra de ocasião,
Nem sempre se dizem só verdades,
O mundo anda cheio de maldades,
O bom amigo é sempre um irmão.


Torres Novas, 1/05/2016


sábado, 30 de abril de 2016

RELICÁRIO: A VIDA É UMA PASSAGEM

RELICÁRIO: A VIDA É UMA PASSAGEM

VIDAS DESTROÇADAS



























Relicário da Nostalgia
Autor: Manuel Mar.

Vidas destroçadas!

Alguns falam da crise presente,
Como se bebe um copo de água,
Há quem mostre grande mágoa,
Há quem seja muito indiferente.

Os causadores toda agente diz,
Foi a má política de insensatos
Governos responsáveis por actos,
Que depauperaram todo o país.

Arranjaram tantas trapalhadas,
A corrupção fazia tudo ser seu,
Reinava um clima de vingança.

Causaram-se vidas destroçadas,
A quem o seu emprego perdeu,
Que vive agora sem esperança.

Torres Novas, 30/04/2016


sexta-feira, 29 de abril de 2016

OS DESEJOS














Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.

Os desejos!

Os desejos são próprios da vida,
E acontecem a qualquer pessoa.
Todos querem ter uma vida boa,
Já ninguém gosta da despedida.

Todos desejam amor e felicidade,
Viver bem e ter só boas amizades,
Ter quem lhe faça suas vontades,
Que só lhe falem com a verdade.

Mas os desejos provocam dilemas,
Porque todos preferem o melhor,
Alguém terá que ficar com o pior,
Por vezes surgem as tristes cenas.

Nem todos os desejos são normais,
Há sempre quem faça muito mal,
E quem goste de jogar o carnaval,
E quem tenha os gostos especiais.

Toda a gente deseja ter boa sorte
Mais o grande prémio da lotaria,
Já é sorte viver bem em cada dia,
Mas ninguém deseja a sua morte.


Torres Novas, 29/04/2016




quinta-feira, 28 de abril de 2016

A VIDA DO SER HUMANO





















Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.

A Vida do Ser Humano!

O sexo comanda a nossa vida,
Bem como a de toda a gente,
Porque ele tão simplesmente,
É o obreiro de forma decisiva.

O homem fecunda a mulher,
Que gera nova descendência,
Dotada pela transcendência,
Do género que o acaso fizer.

O fruto da relação irá nascer,
Esperando viver muitos anos,
Muito feliz com grande sorte.

Na vida tudo pode acontecer,
A qualquer dos seres humanos,
Mas ninguém escapa da morte.


Torres Novas, 28/04/2016

quarta-feira, 27 de abril de 2016

A POLÍTICA ESTÁ DOENTE





















Relicário da Nostalgia
Autor: Manuel Mar.

A Política está doente!

A política, nobre arte ancestral,
Que viveu na sombra do poder,
Mudou muito mas é fácil de ver,
Que se apoderou do poder real.

Transformada em arte especial,
A política é hoje a dona de tudo,
O povo a ver Braga pelo canudo,
Sofre as crises como coisa banal.

Mas afinal os grandes culpados,
São políticos maus e demagogos,
Que mal governam a sua Nação.

Sugam o sangue aos desgraçados,
Para terem carros de luxo e novos,
Ao pobre nem lhe chega para pão.


Torres Novas, 27/04/2016














Relicário da Nostalgia
Autor: Manuel Mar.

A Política está doente!

A política, nobre arte ancestral,
Que viveu na sombra do poder,
Mudou muito mas é fácil de ver,
Que se apoderou do poder real.

Transformada em arte especial,
A política é hoje a dona de tudo,
O povo a ver Braga pelo canudo,
Sofre as crises como coisa banal.

Mas afinal os grandes culpados,
São políticos maus e demagogos,
Que mal governam a sua Nação.

Sugam o sangue aos desgraçados,
Para terem carros de luxo e novos,
Ao pobre nem lhe chega para pão.


Torres Novas, 27/04/2016

RELICÁRIO: O 25 DE ABRIL

RELICÁRIO: O 25 DE ABRIL

terça-feira, 26 de abril de 2016

A RITA NAMORADEIRA
















Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.

A Rita Namoradeira!

A vida da Rita era maravilhosa,
Ela era na sua terra um encanto,
Que parecia ser santa misteriosa,
Sempre recolhida lá no seu canto,
E era muito linda e bem formosa.

Mas um rapaz quis casar com ela,
Escreveu uma carta e lha enviou,
Com linda mensagem tão singela,
Que ela quando a leu até chorou,
Porque nunca lera carta tão bela.

E aceitou o namoro à experiência,
Porque não queria compromissos,
Começou o namoro com decência,
E a falar com outros os metediços,
Que cortejavam com inteligência.

O povo começou a criticar a Rita,
A chamar-lhe Maria dos Rapazes.
Ela sentiu-se tão mal e tão aflita,
Porque más-línguas são capazes
De a gente boa tornar interdita.

A sua fama de ser namoradeira,
Criou os ciúmes ao seu namorado,
Que lhe fez a grande maroteira,
De deixar o seu namoro de lado,
Sem qualquer razão verdadeira.

A Rita sentiu-se tão humilhada,
Que logo decidiu ir para freira,
Ela desejava ser mulher casada,
Mas desprezada ficava solteira.
Toda a má-língua é depravada.

Depois entrou para o convento,
Mas o povo não podia acreditar,
E houve muito choro e lamento,
Ninguém queria sequer aceitar.
Remorsos do seu procedimento.


Torres Novas, 26/04/2016