terça-feira, 17 de maio de 2016

IMPROVISO























O RELICÁRIO
Autor: Manuel Mar.

Improviso!

Os versos clássicos fazem rimas,
Os modernos de belas palavras,
E nem todas elas parecem finas,
Algumas até parecem escravas,
A correr e fugindo das esquinas,
Se não terão de pagar as favas,
Pois as Musas são todas malinas.

Os poetas escolhem belos temas,
Quando as Musas lhes dão sorte,
Mas são elas que escolhem cenas,
Sejam elas de vida ou de morte,
Sempre nas tardes mais serenas,
Elas se mostram de lindo porte,
E severas como feras nas arenas.

O pensamento de muitos poetas
É mais veloz do que os seus dias,
Às vezes mais velozes que setas,
Mas nunca se livram de arrelias,
Ao escrever palavras incorrectas,
Parece que fazem até judiarias,
Que são alcunhados de patetas.

Eu não sou na poesia um racista,
Nem nunca fui um poeta radical,
Não sinto dotes de ser ilusionista,
Sou poeta absolutamente normal,
Mas todo o poeta pode ser artista,
Mesmo se não seja nada especial,
Nenhum poeta pode ser vigarista.

Torres Novas, 17/05/2016

Foto: Net

segunda-feira, 16 de maio de 2016

O MUNDO DAS MULHERES























O Relicário
Autor: Manuel Mar.

O Mundo das Mulheres!

Há muita conversa fiada
A respeito das mulheres
Talvez fosse bom lembrar
Que sem elas
Não estaria cá ninguém
Nisso estamos todos
Certamente em acordo
Não há mulheres iguais
Pelo menos fisicamente
Mas os critérios de beleza
Para cada um é diferente
Sejam elas bonitas
Feias ou gordas
Novas ou velhas
Todas podem ser boas esposas
E serem também boas mães
Há quem diga:
Até um trapo velho
Pode ter boa serventia
A mulher bela
Não tem a sua beleza
Nunca garantida
A feia também
Muda com a idade
Toda a gente
Sabe dessa verdade
Mas a vida de alguns
É de falsidade
Fazem da mentira
A sua verdade
Emitindo opiniões maliciosas
Mas todos sabem que as flores
São todas muito lindas
Especialmente as belas rosas
Por serem de todas as mais formosas
Fisicamente as mulheres
São todas belas como se fossem flores
Mais formosas ou menos formosas
Todas podem ser puros amores
Não vale a pena falar das qualidades
Porque alguns têm muitos dons
Outros terão menos
Conceitos de beleza
Cada qual tem o seu
Uns vêem tudo belo como um céu
Outros preferem ser como o diabo
E donos do mau-olhado
Mas ao fim ao cabo
Somos todos filhos da natureza
E só ela encerra toda a beleza.

Torres Novas, 16/05/2016
Foto: Net

AO NORTE DO RIBATEJO


















O Relicário
Autor: Manuel Mar.

Ao Norte do Ribatejo!

Ao norte do Ribatejo beijando a serra,
Na terra que foi rainha dos figueirais,
Onde agora quase só se vêem pardais,
A situação de crise faz lembrar guerra.

Dos figueirais só restam uns esqueletos,
As grandes fábricas foram encerradas,
Muitas gentes estão agora emigradas,
Mas ainda restam muitos analfabetos.

Há quem diga que isto é um progresso,
Para mim que não me sinto ignorante,
Andamos a viver às custas da Europa.

A dívida avança para o grande excesso,
Acabar o desemprego ninguém garante,
Haja alguém que os faça mudar de rota.

Torres Novas, 16/05/2016
Foto: Net

sábado, 14 de maio de 2016

HÁ QUEM PASSE FOME
























O Relicário
Autor: Manuel Mar.

Há Quem Passe Fome!

Há gente que passa fome,
Desde que chegou a crise,
De quem tão pouco come,
Muita gente até se aflige,
Dando ajuda como pode.

Há muito desempregado,
Que não sabe como viver,
Está a ficar descontrolado,
Porque em nenhum lado,
Tem trabalho para fazer.

É já um grande problema,
Que está difícil de resolver,
Perante tão grave dilema,
Não basta ter muita pena,
Uma solução há-de haver.

Todos temos direitos iguais,
Então bastará contas fazer,
Quem tralhe horas demais,
Dispense tais horas imorais,
Aos que não tem de comer.

Deveria ser dividido o labor,
Por quem dele precisa bem,
Não é por alguém ser doutor
Que o seu direito é superior
Ao daquele que pouco tem.

Torres Novas, 15/05/2016

Foto: Net

O RIBATEJO


















O Relicário
Autor: Manuel Mar.

O Ribatejo!

Os milheirais das tuas nobres campinas,
Dão-nos saboroso pão que nos alimenta,
Criado pela tua terra fértil e lamacenta,
Filha do Rio Tejo, e são bençãos divinas.

A história relata a tua ajuda à Nação,
O Tejo que tanta riqueza nos assegura,
Ao dar-nos a sua água saborosa e pura,
Que nos mata a sede e alegra o coração.

Tuas terras criam as manadas de gado,
Que mostram a força da tua natureza,
E muito engrandece todo o nosso País.

O Ribatejo é para nós o grande legado,
E constitui boa parte da nossa riqueza,
Que é para Portugal uma grande raiz.

Torres Novas, 14/05/2016

Foto: Net


sexta-feira, 13 de maio de 2016

OS AMIGOS DA ONÇA





















Relicário de Poesia
Autor: Manuel Mar.

Os Amigos da Onça!

Esses que só se mostram como bons,
Fazendo parecer que são superiores,
Mas afinal só tem os refinados dons,
A ajudar a comer os nossos bombons,
E pelas costas dizem as coisas piores.

Nunca é fácil afastar esses traidores,
Que sabem fingir que gostam de nós,
Só para nos pedirem muitos favores,
Sempre com ar de grandes doutores,
E como os farsantes usam meiga voz.

Essa cambada de gente oportunista,
Sabe actuar com muitos expedientes,
Tem habilidade como bom vigarista,
Mas de tal modo que nada se arrisca,
Leva à melhor qualquer imprudente.

Muitas vezes são bizarras as traições,
Com a sua arte de o amigo enganar,
E escolhem sempre as boas ocasiões,
Que ninguém tenha nada de ilusões,
São capazes de a mulher nos roubar.

Toda essa classe de tão pérfida gente,
Não tem remorsos do mal que nos faz,
E actuam sempre tão manhosamente,
Tem a alma de um diabo certamente,
Essa gente maldosa de tudo é capaz.


Torres Novas, 13/05/2016

quinta-feira, 12 de maio de 2016

A MUDANÇA É DIFÍCIL




















Relicário De Poesia
Autor: Manuel Mar.

A Mudança é Difícil!

Quem partiu da sua aldeia,
Vai ter muito para aprender,
Porque viver na terra alheia,
Há muita gente que o odeia,
Porque não sabe por lá viver.

Só para se poder movimentar,
Os nomes das ruas deve saber,
É preciso coisas novas decorar,
As lojas onde se pode comprar,
Para não arriscar lá se perder.

Depois de lá viver uns tempos,
Tudo se acabará de aprender,
Custa passar maus momentos,
E na vida passamos tormentos,
Que nunca podemos esquecer.

Perder os amigos é tão custoso,
Quem se muda sabe a verdade,
Ter bons amigos é bem gostoso,
Eles são ajuda no tempo ocioso,
Se os perdemos temos saudade.

É sempre tão difícil a mudança,
Mas a vida por vezes nos obriga,
Quando há crise a gente dança,
Porque temos muita esperança,
De desapertar o cinto da barriga.


Torres Novas,13/05/2016

SER POETA















Relicário de Poesia
Autor: Manuel Mar.

Ser Poeta!

Ninguém nasce poeta
Tenho essa opinião
Poeta não é quem quer
Não tenham ilusão
O poeta tem na alma
Amor, paz e bem
Sofre como ninguém
As desgraças do mundo
O seu amor é profundo
Terno e sonhador
Que ao ver uma bela flor
Se sente apaixonado
O chorar de uma criança
Lhe despedaça o coração
Todo o homem
É um irmão
E cada mulher
Uma bênção
Não escreve com caneta
Escreve com o coração
Eu não quero ter razão
Pouco vale a minha opinião
Quem faz o poeta é o povo
Com os aplausos que lhe faz
Ninguém se iluda ao escrever
Por muito bem que o faça
Mesmo que tenha graça
Só é poeta quem souber
Ganhar a admiração
E o respeito do povo

Torres Novas, 12/05/2016

Foto: Net

AS ILUSÕES DA VIDA















O Relicário
Autor: Manuel Mar.

As Ilusões da Vida!

O tempo de vida que nos é dado,
É desconhecido para toda agente,
Mas devemos ter sempre presente,
Que o tempo deve ser bem usado.

Criamos sempre variadas ilusões,
Porque desejamos ser bem felizes,
Mas sofremos por vezes os deslizes,
Que frustram as nossas intenções.

Na vida todo o cuidado é pouco,
É preciso ser sempre inteligente,
Para resolver bem os problemas.

Quem perde o seu tempo é louco,
Porque ninguém ajuda a gente,
Viver a vida é vencer os dilemas.

Torres Novas, 12/05/2016

Foto: Net

quarta-feira, 11 de maio de 2016

A ARTE DE PINTAR





















Relicário
Autor: Manuel Mar.

A Arte de Pintar!

O pintor traça na tela
Os riscos imaginados
Pega no pincel
E na paleta das cores
Cobre os riscos de tintas
Todas bem ordenadas
Dá harmonia e vida à tela
Cobrindo todo o esboço
E por vezes fica imóvel
Revendo a sua obra
Depois volta ao labor.
Da mão do pintor
E da sua imaginação
Nasce a sua criação
Fruto da sua vivência
Que é para o seu espirito
Única razão de viver.
Nos homens…
A partilha do seu saber
Que são tesouros infinitos
Da sua soberana racionalidade
Do seu protagonismo
E da sua conceptualização
Significa o seu altruísmo
E amor à sua arte.

Torres Novas, 11/05/2016

Foto: Net

terça-feira, 10 de maio de 2016

O TEMPO PERDIDO














O Relicário
Autor: Manuel Mar.

O Tempo perdido!

O tempo passa e não volta mais,
E quem o perde fica mais pobre,
O tempo que cria nada encobre,
Por vezes descobre coisas banais.

Mas quem perde tempo a pensar,
Pode sempre encontrar sua sorte,
Porque quem pensa é mais forte,
Não se deixa facilmente enganar.

Para poupar o tempo pensa bem,
Se não pensares ele se vai embora,
Perder tempo não ajuda sua vida.

Tempo ganho dá ajuda a alguém,
Mesmo que se ganhe pouco à hora,
Pois assim não se perde a corrida.

Torres Novas, 10/05/2016
Foto: Net

ALDEIA BENDITA



























O Relicário
Autor: Manuel Mar.

Aldeia Bendita!

Com onze anos sai da aldeia,
Para viver numa boa cidade,
Era tão pouca a minha idade,
Fiquei triste a fazer cara feia.

Já tinha feito a quarta classe,
E nem pensava estudar mais,
Recebi a ordem de meus pais,
Não admitiam que recusasse.

Mas eu só gostava da aldeia,
Não queria ir para a cidade,
Que parecia grande de mais.

Assim, vivi lá na terra alheia,
Sozinho, de tão pouca idade,
E ninguém escutou meus ais.

Torres Novas, 10/05/2016

Foto: M.Mar

O FADO DO FORCADO




















Relicário do Fado
Autor: Manuel Mar.

O Fado do Forcado!

Nasce no Ribatejo na campina,
Para viver só no meio do gado,
Onde pode sentir que sua sina,
É ser um dia um moço-forcado.

Ali cresce procurando ter sorte,
De na vida poder ser campino,
Sentindo seu braço bem forte,
E confiando no amparo divino.

Bem cedo começa a trabalhar,
Sempre no meio do bravo gado,
Só pensando ser moço-forcado,
E um dia lá começa a treinar.

Entra num grupo de forcados,
Porque deseja os touros pegar,
Faz os treinos, ouve os recados,
Para poder os touros enfrentar.

No grupo começa por rabejar,
Participa em nobres touradas,
Porque quer os touros pagar,
E enfrentar as suas marradas.

Num belo dia lá foi escolhido,
Vai agarrar o touro de frente,
Tem coragem e é tão valente,
Pega bem no touro e é ferido.

Fica só algum tempo parado,
E assim que sarou essa ferida,
Volta de novo à mesma vida,
Porque é bom moço-forcado.

E agarrar um touro de frente,
É possuir coragem e valentia,
Mas ter a cabeça sempre fria,
É arte que atrai pouca gente.

Mas um moço-forcado é feliz,
Enfrenta o touro com bravura,
Embora às vezes parta o nariz,
Nunca pensa ser uma loucura.

Só mais tarde muda a atitude,
Porque a sua arte é arriscada,
Enfrentar a morte e por nada
É só de quem sente juventude.

Torres Novas, 10/06/2016
Foto: Net

segunda-feira, 9 de maio de 2016

NOITE INOLVIDÁVEL
















O Relicário
Autor: Manuel Mar.

Noite inolvidável!

Fui à janela ver estrelas
Numa noite cheia de luar
Todas elas eram tão belas
Que não podia imaginar
Como seria viver sem elas.

Acordei a minha amada
Que também ficou a ver
A Lua estava prateada
Meu amor queria saber
Se ela estava lá parada.

Eu respondi-lhe que não
Porque aqui podia cair
E daria tal trambolhão
Que nos poderia atingir
Se caísse toda no chão.

Era a noite de Lua Cheia
Que brilhava lá nos céus
Parecia a luz de candeia
Linda como os olhos teus
Mas fazia uma cara feia.

Só Deus manda em tudo
Sabe como tudo acontece
O luar parece ser veludo
Mas a ninguém aquece
E parece quedo e mudo.

Ficámos tão encantados
Mas acabámos com sono
Por estarmos já cansados
A Lua ficou com seu dono
E nós ficamos abraçados.

Torres Novas, 9/06/2016

Foto: Net

domingo, 8 de maio de 2016

SONHEI TER ASAS


























Relicário 
Autor: Manuel Mar.

Sonhei Ter Asas!

Se eu fosse um ser alado,
Andaria sempre a voar,
Viveria muito consolado,
Com o meu par ao lado,
Voaria até sobre o mar.

Até às nuvens iria subir,
Se eu tivesse boas asas,
Viveria sempre a sorrir,
A todo o lado podia ir
Voando sobre as casas.

Mas se umas asas tivesse,
Até carteiro eu podia ser,
E as cartas que houvesse,
Já não causariam estresse,
Porque as levaria a correr.

Subiria aos altos dos céus,
Com mensagens da terra,
Para as entregar a Deus,
E trazer os recados Seus,
Que todo o povo espera.

Mas como não tenho asas,
Um para delas queria ter,
Para pairar sobre as casas,
A mostrar as minhas asas,
E tão feliz, eu poderia ser.

Torres Novas, 8/05/2016

Foto: Net

sábado, 7 de maio de 2016

CRISE SENTIMENTAL


















O Meu Relicário
Autor: Manuel Mar.

Crise Sentimental!

Acordei bastante ensonado,
No rescaldo dum sonho feliz,
Relembrando cenas antigas,
De dias de amor e tentação,
Em que a alma e o coração,
Vibram de boas palpitações.

Lembranças de más intrigas,
De tantas outras recordações,
E só por causa das raparigas,
Que comigo diziam namorar,
Para das outras me afastar,
Eram essas as suas intenções.

Se acaso eu fosse mais bonito,
Eu sentiria que havia razão,
Mas ainda andava de calção,
E já elas me batiam à porta,
Minha mãe tanto reparava,
O que até me amedrontava.

Ela não era de brincadeiras,
E temia que fizesse asneiras,
Que passava os dias a ralhar,
A dizer que eu era tão novo,
E que eu só poderia namorar,
Depois de ir à tropa e voltar.

Torres Novas, 7/05/2016

Foto: Net