terça-feira, 24 de maio de 2016

O PETRÓLEO É O DIABO

























Relicário de Poesia
Autor: Manuel Mar.

O Petróleo é o Diabo!

Mote
Já dizem que o petróleo é o diabo,
Sem deixar falar quem sabe disso,
Alguém vai pagar o compromisso,
E querem já mandar como Estado.

I
Quem assistiu ao “Prós e Contras”,
Da última Segunda-Feira passada,
Ouviu frases estudadas e já prontas,
A fazer uma campanha assanhada,
E já mostram que feitas bem contas,
O petróleo nem é preciso para nada,
E todos vivem lá bem com o turismo,
O petróleo seu negócio só estragaria,
O Algarve fez um grande alarmismo,
Na defesa serrada da sua soberania.

II
Os algarvios estão a defender o tema,
Utilizando já todas as forças políticas,
E colocam o país num grande dilema,
Mas no fundo não aceitam as críticas,
Julgando possuírem a razão suprema,
Utilizando as suas frases mais satíricas,
Com o desejo de encerrar o problema,
                 Mas no debate muito bem todos viram,
                 A ninguém lá a falar de forma serena,
                 E ficaram na mesma como chegaram.
                 III
                 Fazendo crítica a esse soberbo debate,
                 A D. Fátima Ferreira não esteve bem,
                 Os algarvios tocando os sinos a rebate,
Ficaram muito aquém todos também,
E quem sabia do que falava foi calado,
Pela gente algarvia e bem concertada,
Mas ninguém soube e de nenhum lado,
Nem sequer ninguém de forma isolada
Soube dizer se há petróleo em Portugal,
Só Deus sabe; mas Ele, nada leva a mal.
IV
Há doutores por ai com a licenciatura,
Tirada de forma fácil e inconsequente,
Mas esta vida cada vez fica mais dura,
Alguns julgam-se ser gente eloquente,
E cedo mostram a sua falta de cultura,
Mas com ideologia bem impertinente,
E depois vendem a sua alma ao diabo,
Só falam alto a fazer a demonstração,
Mas só mostram que ao-fim e ao cabo,
Ter pura ideologia e só de contestação.
V
Certo é que nem cá nem lá no Algarve,
Há petróleo oficial, só há algum cheiro,
Mas há gente pouco culta e tão alarve,
E capaz de chamar chuva ao nevoeiro.
Mas parece que e desde á oitenta anos,
Muita gente já gastou e muito dinheiro,
Á procura o ouro negro e teve só danos,
E de petróleo até hoje só ficou o cheiro,
Quem se julga esperto, dá falso alarme,
Mas afinal também lhes falta o charme.

Torres Novas, 24/05/2016

Foto: Net

A QUERELA DO PRESENTE





Relicário de Poesia
Autor: Manuel Mar.

A Querela do Presente!

Mote
A vida trás novos problemas,
No público e até no privado,
E a política que faz o Estado,
Sempre a agrava os dilemas.

I
E o que mais me custa a entender,
É como pensa até muita da gente,
Tiraram cursos sem nada aprender,
Mas julgam-se ser gente eloquente,
Mas muito do que dizem é de crer,
É só ideologia e bem impertinente,
Venderam sua alma toda ao diabo,
Falam alto a fazer a demonstração,
Mas mostram que ao-fim e ao cabo,
É pura ideologia só de contestação.
II
O certo é que enganam muita gente,
Prometendo tudo que por cá nem há,
Todo o País que temos presentemente,
Todos deveriam saber bem como está,
Desta forma viveremos eternamente,
Do que esse estrangeiro ainda nos dá,
Há muito vivemos à custa de credores,
Todos devem saber que isto é verdade,
Mas a cabeça desses novos pensadores,
Não entra mais esta terrível realidade.

III
Se o nosso Estado fizer contas a claro,
Chegará facilmente a uma conclusão,
O ensino do Estado lhe fica mais caro,
Do que a ajuda que ao particular dão,
E ainda por cima também não é raro,
Ver no privado dar melhor educação,
Por isso, como o poupar dá um ganho,
Contas bem-feitas vão-no demonstrar,
É preciso o ensino público ter empenho,
O Estado poupa ajudando o particular.

Torres Novas, 24/05/2016
Foto: Net

segunda-feira, 23 de maio de 2016

DESEJO VIVER


























Relicário de Poesia
Autor: Manuel Mar.

Desejo Viver!

Gostava de viver os meus anseios,
Dormir a noite mas sonhar de dia,
Sentir-me feliz e a irradiar alegria,
Sem cobiçar nada dos bens alheios.

Gostava de continuar a ser cantor,
De tomar banho nas águas do rio,
E cantar os belos fados ao desafio,
Como fazia cheio de força e vigor.

Já tenho a idade muito avançada,
Até perdi a frescura da minha voz
E já faço a minha vida muito a sós,
Desfrutando de situação regalada.

Vivo sacudindo toda a monotonia,
Ao escrever alguns versos que faço,
Mas os meus músculos não são aço,
E do meu passado tenho nostalgia.

Vou vivendo conservando a alegria
Que tenho por continuar a escrever,
Desejo fazê-lo e até quando morrer,
E que muito distante esteja esse dia.

Desejo igual sorte aos meus amigos,
De quem espero deixar as saudades,
E que de mim só digam as verdades,
Perdoando meus deslizes cometidos.

Torres Novas, 24/05/2016

Foto: Manuel Mar.

A REPÚBLICA DAS PALAVRAS
































Relicário dos Prazeres
Autor: Manuel Mar.

A República das Palavras!

Havia na república das palavras,
Muita força no seu severo poder,
Mas só desordem e mais fantasia,
Que lhes dava o prazer e alegria,
E poder loucas palavras escrever.

Antes tinha havido uma ditadura,
As palavras eram de pura poesia,
Os livros cheios de amor e ternura,
As pessoas eram cheias de candura,
Os versos eram hinos só de alegria.

Mas tudo isso o mau tempo levou,
Quando uma república mandava,
Muita desordem por lá se instalou,
Toda a filosofia em curso se mudou,
O país ficou pior do que já andava.

Na poesia entram novas palavras,
Até o calão passou a ser frequente,
Os poetas ao escreveram as lavras,
Faziam as palavras tão descaradas,
E apareceu a escreve toda a gente.

A boa poesia realmente se mudou,
E em alguns casos até se escondeu,
Muita regra antiga até já acabou,
Toda a gente conta o que sonhou,
E foi a nobre poesia quem perdeu.

Torres Novas, 22/05/2016

Foto: Net

TUDO ESTÁ DIFERENTE






Relicário de Poesia
Autor: Manuel Mar.

Tudo está diferente!

Hoje ninguém vive descansado,
Todos sabem que isso é verdade,
O mundo está cheio de maldade,
E talvez pior do que no passado.

A corrupção que anda por cima,
Já deu cabo do que tinha o país,
É preciso cortar o mal pela raiz,
O que seria grande obra-prima.

A polícia já maltrata toda gente,
Agora por dez réis de mel coado,
E já se escondem por todo o lado,
A multar à traição, é indecente.

Outrora havia tralho para todos,
Mas, agora só resta para alguns,
Sem que haja culpados nenhuns,
Culpa do povo e mando de tolos!?

Ver um irmão viver na pobreza,
Causa uma grande consternação,
Que se sente no fundo do coração,
Sempre com dor e muita tristeza.

O problema é que muita riqueza,
Na minha mais modesta opinião,
Se não foi sorte, alguém é ladrão,
É guardada com muita avareza.

Ao lado dessa riqueza acumulada,
Vive a miséria com muita tristeza,
Mas para acabar a fatal pobreza,
A gente pobre devia ser ajudada.

Torres Novas, 23/05/2016

Foto: Manfer

domingo, 22 de maio de 2016

DIA DO ABRAÇO 22 DE MAIO







































Relicário de Poesia
Autor: Manuel Mar.

O Dia do Abraço!

Dá-me um abraço apertado,
Que seja um aconchego amigo,
Que me alegre a minha vida,
E que amenize as minhas dores,
Que fale como os amores,
Seja afectuoso e forte,
E me deixe saudade do seu abraço.
Um abraço que pare o tempo,
E que me dê o seu do carinho,
Em sossego e devagarinho,
Com magia e muita amizade,
Bem sentido e apertado,
Como faz quem é amigo.
Como hei-de chamar a esse abraço:
Pura poesia, de força,
Abraço união, de suavidade,
Abraço consolo e compreensão,
De segurança, abraço verdade,
Abraço de cumplicidade!?
O que importa é a magia do abraço!
Porque senti vontade desse abraço.
Um abraço que traduza a amizade,
Mas sem saber entender,
O porquê dessa minha vontade
De abraçar toda a gente.
O abraço é um eterno tema.
Mas escute-me mais um momento…
Vou puxar pelo meu talento,
Para ver se algo invento,
Que transforme o abraço em poema.

Torres Novas, 22/05/2016

Foto: Net

VIANA DO CASTELO




























Relicário de Poesia
Autor: Manuel Mar.

Viana do Castelo!

É uma linda cidade sem rival,
À beira do rio e junto ao mar,
E que todos desejam ir visitar,
Bem ao norte deste Portugal.

E das suas grandes atracções,
O miradouro de Santa Luzia,
Mas só é a Nª. Sª. da Agonia
Que para lá leva as multidões.

Esta terra de gente com garra,
Mostra a força dos Portugueses,
Tem o Pelourinho de Lanheses,
E o Forte de Santiago da Barra.

O património de Viana do Castelo,
Tem mais tesouros e mais riqueza,
Mas também por lá há a pobreza
Que procura um futuro feliz e belo.

Mas para acabar a fatal pobreza,
Gente pobre dever mais ajudada,
Ao lado dessa riqueza acumulada,
Vive a miséria com muita tristeza.

E tem as campinas ricas e vistosas,
Cheias de gado, com juntas de bois,
Que puxam os carros sempre a dois,
Guiados por moças muito formosas.

Torres Novas, 22/05/2016
Foto: Net

O CASTELO DE ALMOUROL































Relicário de Poesia
Autor: Manuel Mar.

O Castelo de Almourol!

Eu tive de atravessar o Rio Tejo,
Para ir ao Castelo do Almourol,
Foi no Verão, lá fazia tanto Sol,
Que de mergulhar senti desejo.

Mas subi até ao alto do castelo,
Quando me apetecia nadar rio,
Não tive coragem e sangue-frio,
De fazer dali um mergulho belo.

Gostei do visitar porque é lindo,
Mas é preciso ter muito cuidado
Que ainda faltam lá currimões.

Quando ao alto vamos subindo,
Sentimos o corpo tão arrepiado,
E só com medo de trambolhões.

Torres Novas, 22/05/2016

Foto: Net

PASSEIO AO GERÊS























Relicário de Poesia

Autor: Manuel Mar.

Passeio ao Gerês!


A beleza das suas paisagens,
Tem um encanto tão sedutor,
O Gerês tem muito esplendor,
São e suaves as suas aragens.

Por lá andei feliz e a passear,
Nos montes e veredas sinuosas,
Cheias de silvas e lindas rosas,
E que seria delicioso lá morar.

Ao respirar o ar puro da serra,
Onde a natureza bem florida,
Nos purifica e dá melhor vida,
Até pensei sair da minha terra.

O lindo chilrear dos passarinhos,
Dá só prazer aos nossos sentidos,
Por deliciarem os nossos ouvidos,
Até parece que nos dão carinhos.

Não cansa olhar sua natureza,
Que desponta tão maravilhosa,
E até o por do Sol é cor-de-rosa,
Que nos encanta ver sua beleza.

Ali corre a água fresca e pura,
Que bebemos mais à vontade,
E saímos de lá já com saudade,
Do seu doce encanto e frescura.

Torres Novas, 22/05/2016
Fotos: Gerês

sábado, 21 de maio de 2016

A MINHA CASA FLORIDA































Relicário de Poesia
Autor: Manuel Mar.

A Minha Casa Florida!

A minha casa é bela e florida,
Mais linda que o firmamento,
Onde vivo com encantamento,
Junto à minha mulher querida.

À noite com ela vejo as estrelas,
Nos altos céus sempre a brilhar,
Enchem de luz e cor nosso olhar,
E não nos cansa por serem belas.

Pedimos a Deu a sua protecção,
À nossa boa e preciosa casinha,
Que Deus nos deu bem lindinha.

Por isso já Lhe rezei um oração,
Cheio da fé e devoção que tinha,
Com a bela mulher que é minha.

Torres Novas, 21/05/2016

Foto: Net

CULPAS E DESCULPAS






















Relicário de Poesia
Autor: Manuel Mar.
Culpas e Desculpas!
Dizem que o mundo do futebol,
A cada dia tem mais problemas,
E que já existem tantos dilemas,
Que nem cabem dentro dum rol.

Alguns tem queixas dos árbitros,
Outros reclamam dos jogadores,
Todos falam mal dos treinadores,
E há casos muito tristes e sinistros.

Há culpados a pedir as desculpas,
E outros resolvem coisas a quente,
Mas anda o grande mar de gente
A jogar à pancada sem ter culpas.

Caso parecido se passa na política,
Com muita zaragata nas palavras,
Andam lá tantas feras, tão bravas,
Mesmo sem razão fazem só críticas.

Mostram-se todos bem eloquentes,
E todos dizem apenas as verdades,
Depois são rotuladas de falsidades,
Pelos deputados que são oponentes.

Na Assembleia não há as desculpas,
Porque ai ninguém se acha culpado,
Mas o povo sem culpas é o castigado,
Apelidado de ser das massas incultas.

Afinal, que lá fazem tantos doutores,
A receberem os grandiosos ordenados,
Pagos pelos muitos impostos cobrados,
Que só fazem viver o povo dias piores.

O nosso país já não é bem governado,
Mas essa culpa há-de morrer solteira,
A dívida externa sobe de tal maneira,
Que Portugal ficará falido arruinado.

Torres Novas, 21/05/2016

Foto: Net

O TEMPO É ETERNO






Relicário de Poesia
Autor: Manuel Mar.

O Tempo é Eterno!

Quem suspira perde tempo,
Porque ele não pode parar,
O tempo gasto por suspirar,
Não passa de contratempo.

Somos filhos de outro tempo,
Porque ele passa e não volta,
Ele vive sempre à rédea solta,
Pois é esse o seu passatempo.

Nem o mais lindo rosmaninho,
Tem a sorte que tem o tempo,
Passa por muito contratempo,
O tempo lhe rouba o cheirinho.

Até uma bela rosa-albardeira,
Que vive desprezada no mato,
Tem um fim triste e tão chato,
A seca dá-lhe a morte certeira.

Mas o tempo vive eternamente,
Sem ter princípio e sem ter fim,
Pois foi Deus que o criou assim,
A nós criou-nos duma semente.

Torres Novas, 21/05/2016

Foto: Net

sexta-feira, 20 de maio de 2016

FADO ORIGINAL


























Relicário de Poesia
Autor: Manuel Mar.

Fado Original!

Canto um fado original,
Que acabei de escrever,
Mesmo dentro do curral,
A ensinar um burro a ler.

Um burro tão inteligente,
Que aprende tudo a correr,
É melhor que muita gente,
Que nunca aprendeu a ler.

Por isso eu vivo contente,
Sinto alegria podem crer,
É um burro tão consciente,
Que lê tudo como deve ser.

Ele já tinha ido p’rá escola,
Ninguém o quis lá ensinar,
Agora já lê e até já chora,
Qualquer dia há-de cantar.

Se acham que não pode ser,
Venham comigo ao curral,
Ele ainda não sabe escrever,
Mas a ler é mesmo especial.

Lê tudo e guarda segredo,
É um político filho da mãe,
Dá coices que metem medo,
É como os políticos também.

Torres Novas, 18/05/2016
Foto: Net

SAUDADES DO PASSADO















Relicário de Poesia
Autor: Manuel Mar.

Saudades do Passado!

Ao atingirmos a idade provecta,
Surgem as saudades do passado,
Pelo grande caminho já andado,
Sempre a galgar como um atleta.

A boa recordação da mocidade,
E dos dias em que fomos felizes,
Contrastam já com as cicatrizes,
Ganhas em dias da actualidade.

Já sentimos os anos tão pesados,
Que nos fazem cuidar da saúde,
E esquecer grandes desenganos.

A vida agora obriga a cuidados,
Mas também tem a sua virtude,
De viver na saudade desse anos.

Torres Novas, 20/05/2016
Foto: Net

A INFIDELIDADE






















Relicário de Poesia
Autor: Manuel Mar.

A Infidelidade!

A infidelidade é tão irreconciliável,
Que as querelas enchem o tribunal,
Em que o acordo é tão insuperável,
Que decorre processo interminável,
Em que o viver é muito cruel e real.

Por mais que se sejam presenteiros,
E sejam até socialmente confiáveis,
São os interesses dos seus parceiros,
E que nem sempre são verdadeiros,
Que às vezes se tornam revogáveis.

Nas desavenças entre alguns casais,
São tantos os desgostos na sua vida,
Porque o desamor causa lutas fatais,
Motivados por actos às vezes banais,
Em que toda a vida está envolvida.

São os resultados dos estilos de vida,
De gente que parece independente,
Não quer mais viver comprometida,
Quebrando as juras feitas à partida,
De amar e para durar eternamente.

Ao descobrirem um novo sentimento,
Querem quebrar essa aliança vivida,
Para encerrar o anterior casamento,
Por vezes nem pensam um momento,
Mas querem a sua aliança dissolvida.

Torres Novas, 20/05/2016

 Foto: Net