segunda-feira, 6 de junho de 2016

OS MINEIROS





























Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

Os Mineiros!

Não há vida mais desgraçada,
Do que a vida de um mineiro,
E debaixo de terra esventrada,
Usando a picareta e a enxada,
E recebendo o magro dinheiro.

É uma muito arrasadora vida,
E comparada à das toupeiras,
A sua saúde muito combalida,
O maldito pó e poeira sofrida,
Provoca doenças derradeiras.

Sujeitos às silicoses galopantes,
De tantos gases que engoliam,
Muito perigosos e inflamantes
Em situações tão humilhantes,
Que esses homens lá morriam.

Ganhando uma féria pequena,
Sujeito a inúmeras vicissitudes,
E cumprindo de forma serena,
A sua missão numa feia cena,
Mas mostrando belas virtudes.

O mineiro a viver na pobreza,
Como gente simples e popular,
Que não perdeu a sua nobreza,
Com patrões cheios de riqueza,
Foi sempre cidadão exemplar.

Torres Novas,6/06/2016

 Foto: Net

A FONTE DOS MILAGRES


















Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

A Fonte dos Milagres!

A fonte da Aldeia era tão milagrosa,
Toda a gente bebe da sua boa água
Sempre ela é fresca, boa e saborosa.
Matava a sede mas tirava a mágoa,
E seu nome era Fonte da Velha Rosa.

Dizem lá que a Velha Rosa ali viveu,
Criando um grande rancho de filhos,
E todo o terreno da fonte era só seu, 
Mas os filhos lhe causaram sarilhos,
Que a Velha o que lá tinha vendeu.

Mas um caso estranho lá aconteceu,
Porque a fonte nesse dia toda secou,
O boato que a Velha a água bebeu,
Lá pelos arredores logo se espalhou
Ao certo não se soube o que sucedeu.

Os filhos dela nunca mais se lá viram,
E a Velha por completo desapareceu,
Talvez a fonte secou e todos partiram,
A velha não foi ela que a água bebeu,
Mas certo é que todos eles se sumiram.

Torres Novas,6/06/2016
Foto: Net

PROJECTOS SONHADOS


























Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

Projectos Sonhados!

Sonhei um dia um livro publicar,
Com os poemas que eu escrever,
Para que eles possam sobreviver,
Depois de atar as cartas e findar.

Tanta coisa que eu tenho escrito,
Pode valer muito pouco ou nada,
Mas morrei de alma descansada,
Se cumprir aquilo que tenho dito.

Eu nunca esperei vir a ter a fama,
De poeta nem sequer a de escritor,
Sinto que a musa me abandonou.

Continuo a dormir na velha cama,
Lá passei horas felizes e as de dor,
Sou apenas o que a vida me doou.


Torres Novas, 6/06/2016

Foto: Net

domingo, 5 de junho de 2016

DIAS DIFÍCEIS























Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar

Dias Difíceis!

Acordei no rescaldo de um sonho
Que me deixou mortificado.
Eram as grandes mágoas do passado,
Que encarnaram no meu pensamento,
E desesperando com esse tormento,
Saltei da cama desorientado,
Bebi um copo de água de mel,
E senti baixar um pouco o fel,
Que se estava a apoderar de mim.
Entrei no Facebook
Esperando distrair o espírito,
Mas o resultado ainda foi pior…
Embirrei com tudo o que me apareceu,
Apaguei tudo o que me apeteceu,
Estava mesmo desequilibrado,
E a fazer só asneiras…
Nada estava a dar certo.
Foi então que decidi…
Comecei a escrever
O que me estava a acontecer
Apenas porque não gostei do sonho
Que me acordou perturbado,
Eram situações do meu passado
Nas quais não gosto,
Nem quero mais pensar,
E que também não quero dizer,
Porque já tenho receio de perder
O que me resta de juízo,
Porque foi enorme o prejuízo,
Que uma grande ceita
De ladrões me deram.
Mas tenho de aguentar,
Filosofar e esquecer?…
Mas é difícil esconder!
Qualquer dia, mais calmo,
Talvez acabe por contar.

Torres Novas, 6/06/2016

Foto: Net

O PRÓPRIO OLHAR































Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

O Olhar Próprio!

O nosso próprio olhar é enganador,
Só vemos nossa imagem no espelho,
Há no olhar algo muito moderador,
A visão enfraquece até ser-se velho,
Boa visão dá-nos um grande valor,
Ver as luzes intensas não aconselho.

O olhar apenas transmite imagens,
Que o nosso cérebro vai interpretar,
O nosso olhar também vê miragens,
Que sempre nos poderão enganar,
É o olhar nos faz sentir as vertigens,
Mas os olhos nos fazem maravilhar.

O olhar faz sentir muitas saudades,
Do que não vimos há muito tempo,
Com ele nós vemos todas as idades
E maravilhas do nosso firmamento,
Infelizmente também as maldades
Da guerra que faz dor e tormento.

Torres Novas, 5/06/2016
Foto:Net

OS CHEIROS

































Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

Os Cheiros!

Quando na semana passada,
Me cheirou muito a esturrado,
À janela toda bem arranjada
Estava a vizinha do meu lado.

Era ela e a ver quem passava,
E esqueceu ao lume a panela,
E cheirava a carne esturrada,
Ouvi o marido ralhar com ela.

Quando andei nos curtumes,
Sentia lá muito mau cheiro,
O que me causou azedumes,
Anos depois não sentia nada.

Quando um menino está sujo,
Fica e logo a cheirar tão mal.
Porque é que o dinheiro sujo,
Fica com um cheiro habitual?

Quando há o fogo nas casas,
O que pode salvar é o cheiro.
Alguém depositou o dinheiro,
E nunca mais lhe viu o cheiro.

Torres Novas, 5/06/2016

Foto: Net

O DESTINO
























Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

O Destino!

Cada pessoa orienta o seu destino,
Com ajuda do seu Anjo da guarda,
Segue os caminhos como peregrino,
Com fato domingueiro ou de farda,
Com os talentos que lhe dão o tino,
Para se manter bem na resguarda,
Não fazendo a vida de clandestino,
Na direcção sem falhar uma jarda,
Pois quem perde a sua orientação,
Sujeita-se a dar muito trambolhão.

É provável que surjam imprevistos,
Com o destino de qualquer pessoa,
Pelo que é preciso ver a olhos vistos,
Se a situação é segura e muito boa,
Porque os acidentes dão os registos,
E em vez de se andar há quem voa,
Quem bebe tanto a comer mariscos,
Se vai cantar o fado já nem o entoa,
Temos que prevenir muito o destino!
Pensando bem a vida desde menino.

Torres Novas, 4/05/2015
Foto: Net 

O SORRISO ENCANTA




















Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

O Sorriso Encanta!

Deus dotou-nos um belo sorriso,
E não o deu a mais nenhum ser,
Poderemos sorrir até ao morrer,
Talvez até depois do Final Juízo.

O sorriso é sinal de boa cortesia,
De quem gosta bem de agradar,
Soa tal agradável música no ar,
De quem tem prazer e alegria.

O sorriso encerra grande magia,
E mostra a inteligência da alma,
De quem é afável, até generoso.

Origina sempre muita simpatia,
Torna a vida agradável e calma,
Todo o belo sorrir é maravilhoso.

Torres Novas, 5/06/2016

Foto: Net

sábado, 4 de junho de 2016

À MINHA MUSA







































Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

À Minha Musa!

Ó Musa linda filha do céu e do mar,
Tu és mais a sereia cheia de amores,
Que a ajudas quem te pede favores,
Te peço sejas a madrinha do M. Mar.

Espero que antes da nova alvorada,
Satisfaças este meu pequeno desejo,
Que te agradeço com o maior beijo,
Na tua monumental fronte sagrada.

E se vires que mais te possa merecer,
Aconchega-me no teu amado regaço,
E faz de mim o teu único namorado.

Serias tu dona e senhora do meu ser,
E só mais uma súplica eu aqui faço,
Que faças de mim poeta e afamado.

Torres Novas, 4/06/2016

Foto: Net

SEGREDOS ÍNTIMOS



















Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

Segredos Íntimos!

No labirinto da alma tenho segredos,
Que guardo sem os contar a ninguém,
São as tristezas de que faço armazém,
Um cofre onde guardo os meus medos.

Estão lá as loucuras de amor insensato,
Que cometi na busca de bons prazeres,
A inveja de quem tinha belas mulheres,
E as desventuras deste mundo ingrato.

Não acredito em quaisquer bruxedos,
Embora saiba que as bruxas existem,
E boa gente a quem elas deram sorte.

Levo para a eternidade esses segredos,
Porque eles não interessam a ninguém,
Espero viver bons anos antes da morte.

Torres Novas, 4/06/2016

Foto: Net

PALAVRAS O VENTO LEVA

































Abrigo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

Palavras o Vento Leva!

As palavras belas agradam mais,
Quando dão alegria e esperança,
Este mundo nunca pára, avança,
Sempre de acordo com os rituais.

Elas nunca são de igual duração!
Para a palavra dar a segurança
Só escrita por um oficial tabelião,
Mas que dê garantia e confiança.

O vento leva as palavras já ditas,
Quer no público como no privado,
E ao falar temos que ter cuidado.

Podem ser embelezadas com fitas,
Para terem diferente significado,
E qualquer um pode ser entalado.

Torres Novas, 4/06/2016

Foto: Net

O POETA ENCLAUSURADO



























Abrigo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

O Poeta Enclausurado!

Quando o poeta diz a verdade,
Não vai agradar toda a gente,
Mas se fere do Rei a dignidade,
É enclausurado normalmente.

Com um poeta preso, no geral,
O castigado é mais o seu leitor,
O poeta preso torna-se virtual,
Sentindo mais a seu real valor.

O poeta ama a vida e a moral,
E é um escravo com dignidade,
Que apenas escreve a verdade.

Ficar fechado dentro da prisão,
Dá maior vigor ao seu coração,
E está mais livre na realidade.

Torres Novas, 4/06/2016

Foto: Net


sexta-feira, 3 de junho de 2016

A BEBEDEIRA POÉTICA























Abrigo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

A Bebedeira Poética!

Ando embriagado pela poesia,
Mas o vinho não me embriaga,
Penso que é devido à carestia,
Que aumenta sem dizer nada,
Vou ter de usar nova filosofia,
Senão será o fim da macacada.

Será que eu bebo as palavras,
Quando as estou apenas a ler,
Ou elas já se sentem escravas,
Vingam-se mas sem eu saber,
Eu já ando é a pagar as favas,
Mesmo até antes de as comer?

Se a poesia que me embriaga,
Mesmo sem gastar o dinheiro,
Poesia que ninguém me paga,
Está a encher meu mealheiro,
Eu faço dos versos uma praga,
Para encher o mundo inteiro.

E para me passar a bebedeira,
Antes da musa serena acordar,
Eu hei-de encontrar a maneira,
E sem a minha musa provocar,
Vou de férias a semana inteira,
Mas só, se ela não se importar.

Torres Novas, 4/06/2016
Foto: Net


O JEITO DE AMAR

































Abrigo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

O Jeito de Amar!

Cada um tem o seu jeito de amar,
E sem provocar qualquer dilema,
Quando há delicadeza no tratar,
E clareza nos modos de respeitar,
Nunca haverá lugar a problema.

Mas no caso de ser outro o sistema,
É só com delicadeza tudo se ajeita,
A não ser possível nenhum dilema,
Quando se fala e de forma serena,
Já se resolve e se preciso se enfeita.

Há quem ame em jeito de poema,
Com cenas de luz resplandecente,
Há quem goste de amar na cama,
Com sua tão doce e terna amante,
Quando a paixão aperta a quente.

Mas quem ganha o jeito de amar,
Torna-se feliz e dá mais felicidade,
Nocoração há amor a transbordar,
Sente-se no céu ao estar a namorar
Mas se sai o coração sente saudade.

Torres Novas, 3/06/2016

 Foto: Net

O ESTUPRO























Abrigo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

O Estupro!

Mote
Violência sexual contra mulher
Adolescente virgem e indefesa,
Nunca é só um crime qualquer,
É a violação da nossa natureza.
I
Temos visto nas notícias dos jornais,
Casos que só nos enchem de tristeza,
Criminosos e com perversões sexuais,
Usam a violência com a maior frieza,
Actuam em grupos de seres anormais,
Como foi o caso no Brasil de certeza,
Que trinta e três homens “uns animais”
Violaram a menina encima da mesa,
A coitada tinha apenas dezasseis anos,
Mas sofreu muitos e irreparáveis danos.
II
Há homens muito piores que animais,
Que atacam como lobos em alcateias,
Usando instintos tidos como anormais,
Porque violam e sem teias nem peias,
E se transformam em monstros fatais,
Tem o diabólico sangue nas suas veias,
Devem ser marcados criminosos reais,
Capados, a evitar outras acções feias.
Eles mereciam a morte, a maior pena,
Ou a menor pena, a de prisão eterna.

Torres Novas, 3/06/2016

Foto: Net

quinta-feira, 2 de junho de 2016

AS AMIZADES























Abrigo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

As Amizades!

Ser amigo é como ser irmão,
É comunhão de ideias iguais,
Criando bons laços de união,
Vividos com alma e coração,
Os seus bons e nobres ideais.

São amizades incondicionais,
Mantidas com o seu respeito,
São sinceros; são muito leais,
E até nas ideias mais banais,
São ternos amigos do peito.

A amizade constrói alegrias,
Pela sua franca cooperação,
E motivada pelas simpatias,
Que os juntam todos os dias,
Com respeito e consideração.

As suas relações verdadeiras,
Originam tão firme amizade,
Que até suportam canseiras,
Mostrando só boas maneiras,
Falando só com sinceridade.

Quem perde seu amigo chora,
Com lágrimas muito sentidas,
Pois ele partiu; foi-se embora,
E sente cruel e triste essa hora,
São tão penosas as despedidas.

Torres Novas, 3/06/2016

 Foto: Net