domingo, 12 de junho de 2016

O FADO PORTUGUÊS





















Relicário do Fado
Autor: Manuel Mar.

O Fado Português!

O fado que hoje se entoa,
Já não é nada do que era,
Como o cantava a Severa,
Quando viveu em Lisboa.

Atravessou dias tão maus,
Que o pobre marinheiro,
Recebia pouco dinheiro,
Era um escravo das naus.

Quando a nau fundava,
No cais da grande Lisboa,
O marinheiro vivia à toa,
E lá pelas tascas cantava.

Eram noites de rambóia,
A beber a cantar o fado
Do seu viver desgraçado,
De que restou a memória.

Fazia a vida como maltês,
De que o fado não destoa,
Porque só seu fado entoa,
Que Deus o fez português.

Torres Novas, 12/06/2016

Foto: Net

sábado, 11 de junho de 2016

OS ABRAÇOS






























Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

Os Abraços!

Os abraços manifestam sentimento,
Que se definem pela sua categoria:
De amizade; de paixão; de simpatia;
Variam com a situação do momento.

Há outros abraços mais sensacionais,
E que são mais das artes e do cinema,
Que representam os actores em cena,
Utilizando formas estudadas especiais.

Todo ele contem essência cerimoniosa,
É exuberante um abraço de amizade,
É comovente dar o abraço de tristeza.

O abraço é de acção forte e bondosa,
Que é dado com máxima sinceridade,
Na qual a alma esibe a sua nobreza.

Torres Novas, 12/06/2016

Foto: Net

SINTO-ME FARTO


























Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

Sinto-me Farto!

Escuta-me tu que és novo e sadio,
Que não tens problemas de maior,
E conheces e sabes até tudo de cor,
Nunca foste e nem serás um vadio.

Eu já me sinto bem farto da vida,
Estou farto de ouvir e só mentiras,
Aturar as pessoas a fazerem birras,
Da saúde que sinto muito perdida.

Sempre bem lutei, pouco consegui,
Parte do que tinha abalou na crise,
A idade é que já nada me perdoa.

Tão perdido nem sei que faço aqui,
Tenho medo de sofrer mais deslize,
Sinto-me farto de não ter vida boa.

Torres Novas, 11/06/2016
Foto: Net

NAS ONDAS DO MAR




























Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

Nas Ondas do Mar!

O fascínio pelo mar é imenso,
Mas quando nele navegamos,
O horizonte mostra-se denso,
O agitar das ondas é intenso,
E de naufragar nós receamos.

Quando entramos no alto mar,
Parece-nos o centro de mundo,
Sentimos muito faltar-nos o ar,
Com o barco sempre a oscilar,
E o há o perigo de ir ao fundo.

Vencidas algumas dificuldades,
A pior de todas é ficar enjoado,
Desfrutamos bem as novidades,
Os peixes de tantas variedades,
Ninguém fala, vai tudo calado.

Mas depois de o susto passado,
No mar até o valente se treme,
O medroso fica mais sossegado,
O enjoado fica menos agoniado,
Graças ao bom homem do leme.

Quem se aventura a ir ao mar,
Devia ter como boa precaução,
Em primeiro aprender a nadar,
Em segundo saber não enjoar,
Depois já lá não sentirá aflição.

Torres Novas,11/06/2016

 Foto: Net

sexta-feira, 10 de junho de 2016

DIAS DE POUCA SORTE





























Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

Dias de Pouca Sorte!

Sai á rua para a volta habitual
No bem lindo Jardim das Rosas,
Onde há flores muito cheirosas,
E andarem lá amigos é normal.

Mas não havia por lá ninguém,
Sentei-me ao pé dum salgueiro,
E não ir ao bar gastar dinheiro,
Porque a vida anda pouco bem.

A pensar na vida logo adormeci,
E o tempo pregou-me a partida,
Apanhei uma grande molhadela.

Feito um pingo abalei logo dali,
E aborrecido a dizer mal da vida,
Não saio mais em dia de procela.

Torres Novas, 10/06/2016

Foto: Net

O DIA DE PORTUGAL

Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

O Dia de Portugal!

É a história do povo português,
Que se celebra em dez de Junho,
Pela coragem e força no punho,
Que o Luso povo Portugal fez.

O seu povo valente comemora
Ainda, a morte de Luís Camões,
Grande poeta entre as Nações,
O maior de Portugal até agora.

Queremos prestar homenagem,
Aos demais heróis desta Nação,
E Celebrar esse seu nobre ideal.

É dia de comemorar a coragem,
Daqueles que com amor e acção,
Muito engrandeceram Portugal.

Torres Novas, 10/06/2016

Foto: Net

A ROSA SOLITÁRIA


























Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

A Rosa Solitária!

Uma rosa vivia solitária,
Acariciada pelo vento suão,
Numa manhã invernosa,
Muito chuvosa,
Que gota a gota
Salpicava a linda rosa,
Que com o peso se torcia,
Suavemente inclinada,
Que até parecia
Uma moça enamorada,
Sorrindo envergonhada
Para o seu par.
Então o vento soprou,
Correndo com as nuvens,
O Rei Sol sorriu brilhando,
Mostrando o céu azul.
Era o Sol em despedida,
Porque o vento soprou forte
Sempre a assobiar,
Fez as nuvens regressar.
A rosa perdeu o seu sorrir,
E entristecida fez um lamento,
Porque de novo chuva,
Em cima dela voltou a cair.

Torres Novas, 10/06/2016

O SONHO É FANTASIA


























Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

O Sonho é Fantasia!

Desde pequeno que eu tenho sonhos,
Que de vez em quando me aparecem,
E alguns muito depressa se esquecem,
As suas fantasias tornam-nos risonhos.

Quando o sonho não é a pura fantasia,
Às vezes parece ser um cruel pesadelo,
Tudo o que é feio toma forma de belo,
Tudo o que é triste transmite a alegria.

É por causa disso que sonho acordado,
Mas a fantasia tem o condão especial,
De ficar logo a pairar no pensamento.

Já não me importo de a ter a meu lado,
Só tenho medo de com ela me dar mal,
Não me atrevo a pedir-lhe casamento.

Torres Novas, 10/06/2016

Foto: Net

A LÍNGUA PORTUGUESA





































Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

A Língua Portuguesa!

Língua bela e falada em muitas nações;
O povo que deu mais mundos ao Mundo,
Feito por homens de heroísmo profundo,
Pátria do colossal poeta Luís de Camões.

Língua falada agora por muitos milhões,
De pessoas espalhadas por toda a Terra,
Esta distinta língua portuguesa encerra,
A história do pulsar de nobres gerações.

Quer falada ou escrita por tanta gente
Importante e com amor no seu coração,
É real bandeira do nobre povo imortal.

Que o seu pulsar seja voz tão pungente,
Que ampare sempre a sua nobre Nação,
Que engrandeça cada vez mais Portugal.

 Torres Novas, 10/06/2016

 Foto: Net

quinta-feira, 9 de junho de 2016

DITOS E FANTASIAS







































Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

Ditos e Fantasias!

Quem tem filhos tem cadilhos,
Quem os não tem cadilhos tem,
Maus casamentos dão sarilhos,
E os bons casamentos também.

Em casa de qualquer ferreiro,
Só tem espetos feitos com pau,
Quando um freguês tem fome,
Comer um resto já não é mau.

Cão que ladra mete mais medo,
Só o que não ladra é que morde,
Que contes nunca o teu segredo,
Nem ao pobre e menos ao Lorde.

Na casa do modesto ferreiro,
Quando há ferro não há carvão,
Todo o amor que é o primeiro,
É sempre a verdadeira paixão.

Quando ganhas a sorte grande,
Tens amigos o bater-te à porta,
Mas quando tu precisares deles,
Vais ficar com a vida toda torta.

Torres Novas,9/06/2016

Foto: Net

quarta-feira, 8 de junho de 2016

DESTINO CRUEL



























Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

Destino Cruel!

Arranjei uma novinha namorada,
Por mera casualidade do destino,
Ou de inspiração do poder divino,
Ou da sorte que me foi destinada.

Fiquei admirado depois ao saber,
Que ela era de origem sevilhana,
Gente Nobre que deixou a grana,
Fugindo para cá para sobreviver.

O bisavô conspirou lá contra o Rei,
E refugiou-se depois em Portugal,
Onde viveu e deixou descendência.

Foi com essa bisneta que me casei,
Depois de meses de namoro banal,
Da que já me divorciei; paciência!

Torres Novas, 8/06/2016

Foto: Net

AMOR VIRTUAL


terça-feira, 7 de junho de 2016

SAUDADES DA MOCIDADE


























Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

Saudades da Mocidade!

O tempo da mocidade foi marchando,
Sem se deter nem perder um segundo,
Para a criança conhecer o seu mundo,
E o tempo sempre rodopia deslisando.

Nós todos fomos crianças e brincámos,
Quer no campo quer na nossa cidade,
Vivendo tão felizes a nossa mocidade,
E estudámos, brincámos, e cantámos.

Esse dias tão inesquecíveis de miúdos,
Ficam muito vivos na nossa memória,
Que quando adultos nos dão saudade.

Quando chegamos a velhos já sisudos,
Relembramos toda essa velha história,
A saudade será nossa pela eternidade.

Torres Novas, 7/06/2016

Foto: Net

UM GRITO DE IGUALDADE






















Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

Um Grito de Igualdade!

A vida tornou-se quase insuportável,
O caminho está cheio de dificuldades,
A prepotência fez mais desigualdades,
O desemprego faz a vida lastimável.

O sistema político é mau e ineficiente,
Os privilegiados com imenso dinheiro,
E os pobres a viver como no cativeiro,
Condenados a viver mal: é indecente.

Dão a alguns o dinheiro em demasia,
Que depois falta à nossa pobre gente,
Tal situação já brada e nos altos céus.

O pobre grita de fome e sente agonia,
A política não reage: é incomplacente,
E o desgraçado só pede pão por Deus.

Torres Novas, 7/06/2016

Foto: Net

segunda-feira, 6 de junho de 2016

O DESTINO ESMAGADOR


























Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

O Destino Esmagador!

Esmagado pelo destino da vida,
O jovem sente amargura a dor,
Vive com esperança deprimida
E sem poder mostrar o seu valor.

Chorando amargamente a dor,
De perder anos no desemprego,
E num verdadeiro desassossego,
Por sentir um futuro aterrador.

Sem acreditar em melhores dias,
O jovem desespera da sua vida,
E aventura-se pelo estrangeiro.

A vida hoje causa mais arrelias,
Com a esperança toda perdida,
Já vivemos quase sem dinheiro.

Torres Novas, 6/06/2016

Foto: Net

OS MINEIROS





























Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

Os Mineiros!

Não há vida mais desgraçada,
Do que a vida de um mineiro,
E debaixo de terra esventrada,
Usando a picareta e a enxada,
E recebendo o magro dinheiro.

É uma muito arrasadora vida,
E comparada à das toupeiras,
A sua saúde muito combalida,
O maldito pó e poeira sofrida,
Provoca doenças derradeiras.

Sujeitos às silicoses galopantes,
De tantos gases que engoliam,
Muito perigosos e inflamantes
Em situações tão humilhantes,
Que esses homens lá morriam.

Ganhando uma féria pequena,
Sujeito a inúmeras vicissitudes,
E cumprindo de forma serena,
A sua missão numa feia cena,
Mas mostrando belas virtudes.

O mineiro a viver na pobreza,
Como gente simples e popular,
Que não perdeu a sua nobreza,
Com patrões cheios de riqueza,
Foi sempre cidadão exemplar.

Torres Novas,6/06/2016

 Foto: Net

A FONTE DOS MILAGRES


















Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

A Fonte dos Milagres!

A fonte da Aldeia era tão milagrosa,
Toda a gente bebe da sua boa água
Sempre ela é fresca, boa e saborosa.
Matava a sede mas tirava a mágoa,
E seu nome era Fonte da Velha Rosa.

Dizem lá que a Velha Rosa ali viveu,
Criando um grande rancho de filhos,
E todo o terreno da fonte era só seu, 
Mas os filhos lhe causaram sarilhos,
Que a Velha o que lá tinha vendeu.

Mas um caso estranho lá aconteceu,
Porque a fonte nesse dia toda secou,
O boato que a Velha a água bebeu,
Lá pelos arredores logo se espalhou
Ao certo não se soube o que sucedeu.

Os filhos dela nunca mais se lá viram,
E a Velha por completo desapareceu,
Talvez a fonte secou e todos partiram,
A velha não foi ela que a água bebeu,
Mas certo é que todos eles se sumiram.

Torres Novas,6/06/2016
Foto: Net

PROJECTOS SONHADOS


























Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

Projectos Sonhados!

Sonhei um dia um livro publicar,
Com os poemas que eu escrever,
Para que eles possam sobreviver,
Depois de atar as cartas e findar.

Tanta coisa que eu tenho escrito,
Pode valer muito pouco ou nada,
Mas morrei de alma descansada,
Se cumprir aquilo que tenho dito.

Eu nunca esperei vir a ter a fama,
De poeta nem sequer a de escritor,
Sinto que a musa me abandonou.

Continuo a dormir na velha cama,
Lá passei horas felizes e as de dor,
Sou apenas o que a vida me doou.


Torres Novas, 6/06/2016

Foto: Net