quarta-feira, 22 de junho de 2016

AS LIÇÕES DA VIDA







































Relicário de Manuel Mar.

As Lições da Vida!

Na vida há sempre grande competição,
Só para mostrar o saber de cada pessoa,
Toda a gente gosta de dar uma opinião,
Há quem com palavras a outros magoa,
Quando alguém diz mal ou até difama,
Essa pessoa já nada convém a ninguém,
E acaba por ter no meio muito má fama.  
                                                                    
Ficam todos mais enriquecidos também,
Ninguém tenha receio de todos ensinar,
Se todos e dedicadamente colaborarem,
Quem sabe mais pode aos outros ajudar,
Estamos no mundo apenas de passagem,
É sempre limitado o tempo de cá andar,
Se uns continuam outros seguem viagem.

Ninguém se canse a apontar os defeitos,
Porque defeitos e virtudes todos temos,
E os que se julgam ser os mais perfeitos,
Escondem defeitos como todos sabemos,
É preciso ajudar até os nossos inimigos,
Para que eles nunca queiram se vingar,
Que assim nos protegeremos dos perigos.

A sinceridade revela coisas muito giras,
Na vida privativa de cada ser humano,
Não importa se alguém só diz mentiras,
Porque tudo na vida muda a cada ano,
Porque a verdade é leve como o azeite,
Razão porque se vê bem sempre acima,
Por mais que toda a mentira se enfeite.

Mais lindo seria todos se ajudarem bem,
Sem as invejas nem orgulhos delirantes,
Sem achincalhar nem ofender ninguém,
Mesmo nas situações as mais aberrantes,
E Cristo do Templo expulsou vendilhões,
Porque era ali a Casa Sagrada de Deus,
Ensinando a não sermos uns trapalhões.

Manuel Mar.
®
Torres Novas, 22/06/2015

Foto: Net

terça-feira, 21 de junho de 2016

PALAVRAS VIOLENTAS


























Relicário de Manuel Mar.

Palavras Violentas!

Há palavras que são balas perdidas,
Que ganham a força de um furacão,
Desonram e abrem as fundas feridas,
Arruínam, e encerram muitas vidas,
Quando acertam no pobre coração.

Apenas uma frase com teor banal!
Pode manchar a fama da pessoa,
Há gente com artimanha filosofal,
E com manha de um velho pardal
Se faz passar por gente muito boa.

Fazem todo o mal e a caramunha,
Mas só mostram cara dum anjinho,
Não pegam nenhum toiro à unha,
Espalham boatos e põem alcunha,
Simulando que só falam pianinho.

É enorme o poder de uma mentira,
Quando é jogada como a verdade,
Em face disso até nem me admira,
Que se prenda o inocente na mira,
De salvar o que cometeu maldade.

Este mundo está cheio de falsidade,
Tanta gente vive com as mentiras,
Mas apregoam apenas a verdade,
Alguns já rezam e fazem caridade,
Escondendo a violência e as birras.

Manuel Mar.
®
Torres Novas,21/06/2016

 Foto: Net

O VELHO CORAÇÃO CANSADO


































Relicário de Manuel Mar.

O Velho Coração Cansado!

São os desgostos da nossa vida,
Que abalam imenso o coração,
E que muda sempre de batida,
Quando ele sente preocupação.

Aguenta-te coração já cansado,
De bater toda a vida sem parar,
E não vivas sempre preocupado,
Não pares e bate mais devagar.

Já tenho contigo mais cuidado,
E tu sabes bem que é verdade,
Estás agora algo mais cansado,
Mas não perdeste a mocidade.

Não te darei novos problemas,
Porque me sinto bem fatigado,
Estou preso dentro de algemas,
Que da vida eu tenho herdado.

Não me digas Adeus se partires,
Porque sei que seguirei contigo,
Quando tu ao descanso subires,
Nem mais uma palavra te digo.

Manuel Mar.
®
Torres Novas, 21/06/2016

Foto: Net

segunda-feira, 20 de junho de 2016

A FAINA DO MAR






























Relicário de Manuel Mar.

A faina do Mar!

Enfrentando o mar bravo e revolto,
O marinheiro dirigia a sua caravela,
E rumo ao mar deixava o seu porto,
Com saudades sentia-se meio morto,
Por se separar da querida tão bela.

A caravela apanhou mar agitado,
Mas o timoneiro sabia o que fazia,
Com o cabrestante bem amarrado,
E o pano das velas muito esticado,
A caravela em cima do mar bulia.

Ficou ajoelhada na areia da praia,
E cheia de saudades a sua mulher,
Que fustigada pelo Sol lá desmaia,
Levantando-lhe o vento a sua saia,
Mostrando as pernas tinha que ser.

No alto mar anda lá o seu sustento,
O vento sereno ajuda bem a pescar,
O marinheiro com todo o seu talento,
Reduz suas velas onde sopra o vento,
Para a faina da pesca logo se iniciar.

As vagas sussurrando muito baixinho,
Ajudam a encher o barco de pescado,
Tratando o peixe com muito carinho,
Assim que cheio se mete ao caminho,
Vê seu amor na praia ainda deitado.

Manuel Mar.
®
Torres Novas,20/06/2016

 Foto: Net

OS PRECEITOS





































Relicário de Manuel Mar.

Os Preceitos!

Um poeta autêntico tem preceitos,
Que cumpre como mandamentos,
Nunca se desvia dos seus conceitos,
Num relato fiel de acontecimentos.

Romanceando sempre as palavras,
Tem pelo semelhante complacência,
Não faz das palavras suas escravas,
Contra a dureza usa complacência.

Porque quem vive fora de preceitos,
E aceita viver o amor em poligamia,
No peito já a pura chama não arde.

Pode até dosear com enfeites e jeitos,
Utilizando uma maravilhosa fantasia,
Mas, será sempre um poeta covarde.

Manuel Mar.
®
Torres Novas, 20/06/2016

Foto: Net

LEMBRANÇAS DE CRIANÇA


























Relicário de Manuel Mar.

Lembranças de Criança!

A minha primeira lembrança,
Eu era ainda bem pequenino,
No florir da idade de criança,
Era já miúdo muito traquino.

Em 1941 e no mês de Fevereiro,
Houve na aldeia em que vivia,
Um ciclone mesmo verdadeiro,
Que deu ao povo um triste dia.

A casa de meu pai nada sofreu,
Mas a casa da minha boa avó,
O dito ciclone toda a derreteu
Ficou destelhada e feita em pó.

A minha avó cedo de lá fugiu,
E foi para a casa do meu pai,
À janela do quarto tudo se viu,
E todos só diziam: ai aí, ai aí.

Muitas árvores caíram ao chão,
Tanta força tinha essa ventania,
A minha avó perdeu o barracão,
O ciclone passava e só destruía.

Manuel Mar.
®
Torres Novas, 20/06/2016

Foto: Net

domingo, 19 de junho de 2016

NOSTALGIA É TRISTEZA
































Relicário de Manuel Mar.

Nostalgia é Tristeza!

A nostalgia gravada na alma,
Marca as tristezas do passado,
Nem a alegria a muda e salva,
E deixa o destino bem marcado.

É passear no jardim da memória,
Só vendo folhas mortas pelo chão,
E obscurecendo a passada glória,
Que agrava a sua vida de solidão.

Nesta situação para ir em frente,
É preciso fortalecer a consciência,
Ganhando uma nova fé ardente,
Com forte esperança e paciência.

É necessário arquivar o passado,
Deixá-lo selado atrás dum muro.
Viver em ambiente bem arejado,
Sonhar com felicidade no futuro.

Se o dia for cinzento vê-lo lindo,
Sem pensar nunca em nostalgia,
Falar com os amigos e sorrindo,
E poderá ver ressurgir a alegria.

Manuel Mar.
®
Torres Novas, 19/06/2016

Foto: Net

PROTESTO MUSICAL

















Relicário de Manuel Mar.

Protesto Musical!

Quando as mudanças são radicais...
Muitas vezes fica pior do que estava,
A música nacional se mal já andava,
Ainda foi trocada por músicas banais.

O serviço público de rádio antena um,
Transmite a montes de música de fora
Alguma estrangeira de quem cá mora,
De má qualidade e sem critério algum.

A rádio portuguesa deveria ser nossa,
E dar-nos da bela música portuguesa,
E não da estrangeira de má qualidade.

Nessa, só o noticiário não me faz moça,
Mas fecho-a logo, podem ter a certeza,
Não dar música portuguesa é maldade.

Manuel Mar.
Torres Novas, 19/06/2016
Todos os direitos reservados

Foto: Net

sábado, 18 de junho de 2016

QUADRAS À TOA
























Relicário de Manuel Mar.

Quadras à Toa…

A minha vizinha tinha um cão.
Que namorou a minha cadela,
Namorei a vizinha na ocasião,
Assim a coisa ficou ela por ela.

Não te deixes ir em cantigas,
Só porque isso se ouviu dizer,
O que tu não sabes não digas,
Porque te podes arrepender!

Desejos, quem os não tem?
Todos nós podemos desejar,
Mas haverá sempre alguém,
Que não os saiba controlar.

Quem amanha o seu saber,
Não semeia lá num deserto,
Se tem vontade de aprender,
Faz apenas o que está certo.

O homem não se acobarde
Quando pretende renascer,
Não é cedo nem será tarde,
Sempre que ele quer viver.
                     
                 Manuel Mar.
                  ®
Torres Novas, 18/06/2016

Foto: Net

O PRAZER SUPREMO




























Relicário de Manuel Mar.

O Prazer Supremo!

Parecia ser início de miragem,
Quando vi aquele lindo olhar,
Mas a sua tão esbelta imagem,
Era de quem eu desejava amar.

Ajudado apenas pelo devaneio,
E sentindo um fluir de coragem,
Como a de fã com palmo e meio,
Fui de cabeça, fiz a abordagem.

Ela me aceitou com reticências,
Mas ficámos mesmo namorados,
Com um namoro muito sereno.

Mas o amor cresceu em furacão,
Desfrutado com grande paixão,
Que gozámos o prazer supremo.

Manuel Mar.
®
Torres Novas, 18/06/2016

Foto: Net

DEBAIXO DO PESO DA VIDA







































Relicário de Manuel Mar.

Debaixo do Peso da Vida!

O peso da vida me fere e esmaga,
Até meu canto se tornou ausente,
O tempo passado já não me afaga,
Trago a alma presa, tão indolente,
Que até o gosto de viver se acaba.

Por isso imploro, e devoto crente
Rezando a Deus já com lágrimas,
Me dê um resto de vida decente,
Para o alívio de minhas mágoas,
Do meu passado tão displicente.

Sinto bem a alma inconformada,
Do amor que me fechou a porta,
Tenho ainda a ferida mal sarada,
Mas essa paixão está bem morta,
Porque foi toda tão espezinhada.

Mas em vez da voz o silêncio corta
A minha alma já toda confrangida,
Em pedaços de vida quase morta,
Como que a fazer uma despedida,
Desta vida que às vezes foi torta.

A nossa vida tem cunho da gente,
Não importa nada do que passou,
Sonho derretido e pouco fulgente,
E só me importa, porque cá estou.
Quero e até ao fim ser inteligente.

Manuel Mar.
®
Torres Novas,18/06/2016

 Foto: MF

sexta-feira, 17 de junho de 2016

TUDO MUDA NA VIDA






































Relicário de Manuel Mar.

Tudo Muda na Vida!

Quando ia tomar o café outrora,
Conhecia a maioria dos clientes,
Mas está lá tudo diferente agora,
Vou todos os dias na mesma hora,
Os meus amigos andam ausentes.

Há dias estive lá quase uma hora,
Sem aparecer ninguém conhecido,
Uns acabaram e foram-se embora,
Outros devido à crise deram o fora,
Ali fiquei eu só mas até aborrecido.

Reconheço que a vida tem mudado,
Fecharam algumas boas empresas,
Muito trabalhador desempregado,
Ouvem-se queixas por todo o lado,
Falta o dinheiro para as despesas.

Até dizem que a culpada é a crise,
Peço desculpa por ter de discordar,
Mas culpa é de quem fez o deslize,
Qualquer um pode fazer a análise,
Que os 130 mil milhões foram ao ar.

Quando a empresa vai à falência,
Seja qual for o motivo ou situação,
Os culpados são todos da gerência,
E perdem tudo mas sem clemência.
O Governo dá o fora, paga a Nação.

Manuel Mar.
®
Torres Novas,18/06/2016

 Foto: Net

quinta-feira, 16 de junho de 2016

POETA NÃO QUEM QUER

























Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

Poeta não é quem quer!

Ser poeta não é apenas escrever,
Se a arte da poesia não for a sua,
Ao escrever fica pobre quase nua,
Porque só a alma o faz poeta ser.

As palavras do poeta são sentidas,
Nascem espontâneas e bem vivas,
São discretas mas sempre incisivas,
É pura beleza que as faz queridas.

É pureza consistente que faz sorrir,
Quem serenamente lê esses versos,
Tecendo cenas de pura maravilha.

Mostram a sua clara magia a fluir,
Pelos belos sentimentos expressos,
E pela graça com que os rendilha.

Torres Novas, 16/06/2016

Foto: Net

quarta-feira, 15 de junho de 2016

DEAMBULANDO PELA VIDA



























Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

Deambulando pela Vida!

Só no espelho vemos a nossa imagem,
E só no caminho damos nossos passos,
A vida é como a maravilhosa viagem,
Andamos por trilhos bons ou devassos,
E condicionados pela nossa linhagem,
Recebendo de amigos os seus abraços.

Vivemos enquanto temos a respiração,
Ansiamos ser ricos e ter muito dinheiro,
Repudiamos o que fere o nosso coração,
Corremos para chegarmos em primeiro,
A quem nos pede damos nossa opinião,
Ajudamos em tudo o amigo verdadeiro.

Somos sempre firmes buscando o amor,
Corrigimos quem no mau caminho erra
Amamos a família e Deus Nosso Senhor,
Amanhamos devidamente a nossa terra,
Perdoámos quem nos causou mal e dor,
Mas repudiamos o terrorismo e a guerra.

Torres Novas, 15/06/2016

Foto:Net

A VIDA RODOPIA







































Mundo da Poesia
Autor: Manuel Mar.

A Vida Rodopia!

Quando era jovem tinha aspirações,
E desejava ter os meus dezoito anos,
De ser depressa maior, tinha planos,
Tinha, a cabeça cheia de confusões.

Já não gostava nada de ser pequeno,
E andar sempre a fugir dos matulões,
Não me deixavam ir à rua aos serões,
Ficava lá em casa, impávido e sereno.

Mas esta vida rodopia de tal maneira,
Que tinha vinte e oito quando lembrei,
Aquela antiga aspiração da juventude.

Já antes disso tinha feito tanta asneira,
Era casado, dois filhos e boa vida de rei,
A vida rodopia e mudamos de atitude.

Torres Novas, 15/06/2016

Foto: Net