Relicário de Manuel Mar.
Lembranças de Criança!
A minha primeira lembrança,
Eu era ainda bem pequenino,
No florir da idade de criança,
Era já miúdo muito traquino.
Em 1941 e no mês de Fevereiro,
Houve na aldeia em que vivia,
Um ciclone mesmo verdadeiro,
Que deu ao povo um triste dia.
A casa de meu pai nada sofreu,
Mas a casa da minha boa avó,
O dito ciclone toda a derreteu
Ficou destelhada e feita em pó.
A minha avó cedo de lá fugiu,
E foi para a casa do meu pai,
À janela do quarto tudo se viu,
E todos só diziam: ai aí, ai aí.
Muitas árvores caíram ao chão,
Tanta força tinha essa ventania,
A minha avó perdeu o barracão,
O ciclone passava e só destruía.
Manuel Mar.
®
Torres Novas, 20/06/2016
Foto: Net